Começo esta crónica frio… Muito frio.

É verdade. O Instituto Português do Mar e Atmosfera tem razão quando faz alertas de frio e aconselha as pessoas mais vulneráveis, crianças e idosos, a terem precauções especiais por causa das baixas temperaturas. Como sou velhote tentei ter cuidados especiais mas mesmo atafulhado de roupa, que até pareço uma morcela de Arronches, continuo com muito frio. Ligar um aquecedor podia ser solução. Ainda tentei mas ao ver que o contador da luz parecia quase uma ventoinha com a rapidez que rodava tive de desistir porque a reforma do Zé mal chega para os alfinetes quanto mais para faturas de luz avantajadas. Assim, como diz o povo «O que não tem remédio, remediado está» lá vou continuar gelado e tentar que o frio não congele as ideias. Mas, tenho de o dizer com todas as letras: velhote, sofre, reformado sofre, pobre sofre… Enfim, cronista do Odivelas Notícias, sofre!

 

Há já uns bons anitos que a Pontinha e a Póvoa de Santo Adrião promovem anualmente concursos de Montras de Natal com o louvável e meritório propósito de promover o comércio local. No Natal de 2013 a Junta de Freguesia de Odivelas também entrou no clube dos promotores de concursos de montras de Natal e realizou o seu. Como era novidade o Zé resolveu ver como seria a cerimónia de entrega dos prémios e por isso agarrei no Kit Espião fui ao parque de estacionamento público que fica longe demais da minha casa buscar o Juquinha e lá fui, feliz e contente, para o Pavilhão Polivalente de Odivelas assistir à cerimónia de entrega de prémios. Como não vi ninguém conhecido e a sala estava cheia de velhotes, como eu, da Banda Maior, achei que passaria despercebido e por isso abandonei a ideia de usar o Kit Espião e entrei para a sala sentando-me, discretamente, no meio dos outros idosos.

 

Ainda bem que assim fiz. Não há dúvida que certas imagens valem mais de mil palavras e ver é mais saboroso que apenas ouvir. E vi cada coisa, meus senhores… Vi um assessor, que se não tivesse padrinhos não tinha onde cair de morto, com ares de pessoa muito importante e uma arrogância intolerável em alguém com dependência do trabalho público. Cá o Zé sinceramente não percebe como é que alguém ainda protege esta triste figura. Mas enfim, se calhar o Poder Local também tem vocação para protector dos infelizes e incapazes e o Zé não sabia.

 

No concurso participaram 52 estabelecimentos, segundo alguns oradores e 54 segundo a apresentadora. Para primeira vez foi um bom número mas parece ao Zé que os participantes não deram o devido valor à coisa porque na cerimónia aparecem apenas duas dezenas, apesar de muitos mais terem confirmado a presença. Pois… O Zé até percebe, se calhar têm aquecedor em casa e não quiseram vir para o frio. Ai como o Zé os inveja…

 

Gostei de ver que a senhora mestrada edil apoia estas coisas e marcou presença, assim como o senhor vereador Paulo César. Pus os óculos novos para ver se não metia água como no concerto da Ramada mas mesmo assim não vi mais nenhum senhor vereador. Pois, se calhar também têm aquecedor em casa… Ou ar condicionado… Ou aquecimento central. Ah, já me estava a esquecer: O executivo da junta estava todos assim como alguns eleitos na Assembleia de Freguesia mas, o senhor presidente da assembleia destacou-se pela ausência… Pois não devia ter nada a ver com aquilo, diz o Zé

 

Adorei, como sempre, a atuação da Banda Maior e, como ainda não o fiz, dou aqui os parabéns à Câmara Municipal de Odivelas por ter criado este projeto. E já que estamos numa de parabéns aqui ficam para a Junta de Freguesia de Odivelas por ter abraçado este projeto e por ter convidado a Banda Maior para esta cerimónia. Parabéns também para o senhor presidente da Junta que no seu discurso teve a humildade de dizer que foi à Pontinha, que já organiza concursos à muitos anos, para aprender. É tão estranho ver um político humilde não é? Mas o Nuno é e ainda bem que o facto de ser presidente não lhe subiu à cabeça. Mantenha-se assim senhor Nuno Gaudêncio. Não o conhecia mas gostei de ver a sua postura.

 

Já agora, embora não tenha nada a ver com a cerimónia de que estou a falar e à qual já volto, dou também os parabéns aos doutor Nuno Gaudêncio pelo jardim do Coreto no Largo D. Dinis. Fui lá um dia destes, para ver o desfile das moçoilas de Odivelas e nunca tinha visto aquilo tão limpinho.

 

Voltemos à cerimónia e à Banda Maior. A malta toca bem, o vocalista canta bem… Então e porque ainda deixam a desafinada da dona Ilda abrir a boca. Sei que alguém perguntou a um dos responsáveis «Éh pá ninguém diz à senhora que não sabe cantar» e que a resposta foi «Já lhe dissemos muitas vezes». Já que a senhora não tem o discernimento de perceber que não nasceu para aquilo alguém que ganhe coragem e a “despeça” com justa causa. Não há direito que se permita que uma figura estrague um projeto com esta qualidade.

 

Numa canção mais mexida a assistência dançou. Gostei de ver que a senhora mestrada presidenta também tem queda para um pézinho de dança.

 

E agora uma palavrinha para o júri do concurso: Se calhar deviam fazer como o Zé e ir ao oftalmologista. Sim porque certamente estarão com problemas de visão para dar uma classificação daquelas. Bom mas se assim for o que não falta em Odivelas são Óticas. Só nos três classificados havia duas. Acreditem, se o Zé fosse do júri a classificação seria outra. Ah pois seria.

Vou mudar de assunto. Como o Odivelas Notícias publicou na edição 15, um jovem aluno da EB Eça de Queiroz, na Ramada, precisava de uma prótese com urgência. O hospital não a fornecia e a família não tinha possibilidades de a adquirir. Um homem do Desporto Escolar da CMO ouviu a história e não lhe entrou por um ouvido e saiu por outro. Deitou mãos há obra, divulgou o assunto, no seu clube promoveu uma iniciativa e impulsionou outras. Com a mediatização do assunto outras pessoas se juntaram e com todas as iniciativas, que esta edição traz na página 7, conseguiu-se a prótese para o Ismael. Parabéns Atabão…

 

E assim chegamos ao fim de mais uma crónica da terra da marmelada. Voltou para a semana, ou não.

 

Gambuzino ao saco… Gambuzino ao saco…