Elevada à categoria de vila a 19 de abril de 2001, Famões assinalou a efeméride na quarta-feira, 23 de abril, com uma sessão solene que teve lugar no salão multiusos da freguesia. Para além dos discursos das entidades autárquicas a noite teve ainda uma sessão de fados com Rute Soares e a homenagem a empresas, instituições fregueses.

Realizando-se em cima do fecho desta edição, não foi possível o acompanhamento da sessão por parte da nossa equipa de reportagem, sendo esta peça elaborada com os discursos que nos foram gentilmente enviados pelos oradores, a presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Susana Amador, a presidente da Junta da União das Freguesias de Pontinha e Famões, Corália Rodrigues e o presidente da Assembleia de Freguesia, João Martins.

«Mais um ano de concretizações e sonhos cumpridos»

Susana Amador iniciou a sua intervenção considerando que que mais um aniversário da vila significa «Mais um ano de concretizações e sonhos cumpridos, sendo que, com certeza, muitos outros estão ainda por cumprir e que mais facilmente se cumpririam se Famões continuasse como freguesia como existia desde 1989».
Afirmando que os tempos difíceis que vivemos são uma razão para que se procurem «As melhores soluções e melhores caminhos que garantam a todos poderem usufruir de condições de vida digna, para que consigamos consolidar o investimento que temos vindo a fazer ao longo destes quase quinze anos de concelho de Odivelas.
A edil referiu alguns exemplos que no seu entender demonstram que «A vila de Famões continua, como sempre, no nosso coração, e assim continuará, porque os famoenses são cidadãos que não desistem do seu futuro e porque, em conjunto, procuraremos sempre as melhores decisões, para que possamos prosseguir, no caminho do desenvolvimento do concelho e da Vila de Famões».
Na área social Susana Amador referiu “O Telhadinho” da CEDEMA, o projeto SOS Sénior, a Oficina Domiciliária, o Cartão Sénior, o projeto Novas Tecnologias e Internet Sénior, o Passeio Sénior anual, o mês do Idoso, a Banda Maior, o Teatro Sénior, a Universidade Sénior e o Clube do Movimento.
No que respeita ao Ordenamento do Território a edil lembrou que foram emitidos 12 aditamentos aos alvarás de várias AUGI’s da freguesia, foram recebidos definitivamente os bairros do Casal da Silveira, Novo do Trigache e Casal do Bispo e que até final do ano poderá ser emitido o alvará do Casal do Saramago. Quanto a Bº da Pedreira, Susana Amador disse que faltam elementos para se poder avançar com a reconversão urbanística.,
A edil disse ainda que foram realizadas em Famões várias obras que totalizaram cerca de 284 mil euros. No âmbito do Protocolo de Delegação de Competências, desde que Susana Amador assumiu a presidência da CMO foram transferidos para a freguesia cerca de 4 milhões e duzentos e cinquenta mil euros
«Todos sabemos que os tempos não são fáceis, as dificuldades parecem não ter fim mas, mas a nossa vontade e capacidade de inverter esta situação também são infindáveis, por isso e como sempre, contamos com a população, as associações desportivas e culturais, as instituições sociais, a paróquia e as empresas, para que em conjunto com a Câmara Municipal, possamos continuar a trilhar os caminhos do desenvolvimento, por mais e melhor futuro para o território desta Vila de Famões, e para o nosso Concelho» concluiu a edil.

«Acreditem que não temos parado».

Corália Rodrigues, presidente da Junta da União das Freguesias da Pontinha e Famões considerou que os 81 funcionários da junta e todo o executivo são também a sua família, assim como todos os eleitos da assembleia de freguesia.
Reconhecendo que há muita coisa a fazer, a oradora sublinhou que muito também já foi feito. «Acreditem que não temos parado».
Falando das imensas dificuldades encontradas, a presidente da junta disse que pediu ajuda à presidente da câmara e foi ajudada. Disse ainda que encerrou contratos com empresas prestadoras de serviços e que foram criadas brigadas ao sábado para colmatar esta falha, «Sem nunca descurar a limpeza durante a semana. Não chega e por isso, vamos arranjar soluções mais eficazes para Famões brilhar». No trabalho desenvolvido referiu a informática sénior, o desfile das crianças no Carnaval e os bailes para os seniores.
«Como é bem visível, esse desenvolvimento não tem parado até aos dias de hoje e com toda a certeza prosseguirá nos anos vindouros, mau grado as frequentes machadadas que o atual poder central tem vindo a desferir sobre do Poder Local, atingindo em grande medida as Freguesias, que são as instituições que mais próximo estão das populações.
Mesmo com o rude golpe causado pela mal desenhada agregação de Freguesias, Famões continua a demonstrar à sociedade grande dinâmica a todos os níveis, de que se destacam as vertentes empresarial e social.
Nesta última área, ainda ontem assistimos à inauguração oficial do Telhadinho, no Bairro das Fontainhas, um equipamento de excelência da IPSS CEDEMA, já em funcionamento, destinado a deficientes mentais adultos, que vem assim alargar o leque de respostas sociais existentes em Famões, juntando-se nesta área ao também magnífico Centro Comunitário Paroquial, com várias valências».
Corália Rodrigues acabou a sua intervenção «Falando de Abril, como não poderia deixar de ser. Abril que nasceu, agora na vossa freguesia, abril de 74 que foi a luz para tantos, foi a tua, a minha, a nossa liberdade» e citou Jorge de Sena:
A Quem Tem…

Não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei-de morrer sem saber.
Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora escondam tudo
me queiram cego e mudo,
não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

A todos o meu muito obrigado

«Um caminho que precisa de ser calcorreado em conjunto por Famões e Pontinha»

João Martins, presidente da Assembleia da União das Freguesias da Pontinha e Famões, iniciou a sua intervenção afirmando que «Há um ano atrás, e nos anteriores, esta sessão solene fazia parte de um programa comemorativo com alguns dias, umas vezes mais vasto do que outras, com o qual a Freguesia de Famões festejava com orgulho o facto de ser um instituição representativa do poder local democrático, depois de ter conquistado com todo o mérito o direito à sua autonomia autárquica e de a exercer com toda a plenitude que a lei confere aos órgãos eleitos para esse fim, sempre com a finalidade – usando uma expressão já antiga – de servir da melhor forma possível os interesses «da terra e das suas gentes».
Para o orador a união Pontinha/Famões, embora forçada «Tem de ser admitida como tal, porque – e voltando às expressões antigas, mesmo que com elas não concorde – manda quem pode e obedece quem deve». Não podendo nem devendo esquecer o passado, «Temos de ser pragmáticos e contemporizar com a realidade do presente se quisermos ter sucesso no futuro. E o presente mostra-nos um caminho que precisa de ser calcorreado em conjunto por Famões e Pontinha – dois corações num só corpo que têm de se completar e ajudar mutuamente para que esse corpo se mantenha sadio e com a energia necessária para enfrentar a dura jornada que começou em Setembro do ano passado e que a cada curva, a cada esquina, vai sempre apresentando obstáculos que é preciso transpor.
Cada um destes dois corações tem de manter e apoiar todas as partes do corpo que o aloja, independentemente de qual seja essa parte ou a função da mesma, porque, tal como na anatomia humana, se um qualquer órgão adoecer ou deixar de funcionar, todo organismo se ressente e enfraquece, entrando em processo mórbido de definhamento que pode vir a ser fatal.

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