Maio é sempre mês de teatro em Caneças com os Encontros com o Teatro anualmente promovidos pelo Artecanes Teatro, grupo da Sociedade Musical e Desportiva de Caneças. Durante este mês todos os sábados e domingos a sede desta centenária coletividade recebe uma peça de teatro.

Este ano serão representadas oito peças por cinco grupos e o padrinho é o conhecido ator Octávio Matos, nascido a 05 de abril de 1939 no Porto e com uma vida inteira dedicada ao teatro. Tinha 4 anos quando pisou pela primeira vez os palcos e nunca mais parou. A 20 de abril de 1956 estreou-se como ator profissional.

No dia 22 de abril, em conferência de imprensa foi apresentada a edição deste ano com a presença do padrinho que falou sobre a sua experiência profissional e sobre este evento.

Rosas para D. Dinis

Sábado, 03 de maio é o dia de arranque com oi clube organizador a entrar em cena, às 21h30, com a peça Rosas para D. Dinis com texto e encenação do responsável pelo Artecanes, Joaquim Guerreiro.

«Mais de 6 largos séculos passaram sobre a existência de D. Dinis e D. Isabel, e ainda hoje, de cada vez que nos volvemos para a sua época, temos a sensação de aspirar um suave aroma de jardim. Esta recordação provém certamente da atmosfera de poesia e lenda em que viveram estes dois seres de exceção, que dir-se-iam nascidos um para o outro.

Este espetáculo aflora um pouco do muito que D. Dinis e D. Isabel fizeram, começando na coroação e finalizando no milagre das rosas, passando pelo pinhal de Leiria, Mosteiro de Santa Clara, universidade e muito mais». 

Rosas para D. Dinis

 

O Segredo da Abelha

No domingo, 04 de maio, às 17h00 é a vez do GTAAR, Grupo de Teatro Amador da Escola Secundária da Ramada apresentar a peça O Segredo da Abelha.

Eu a mulher macaco

O segundo fim de semana abre com o Grupo Valdevinos, Teatro de Marionetas, que apresenta sábado, 10 de abril, às 21h30, a peça Eu a mulher macaco, com texto de Veckío Mendoza que também assina a encenação com Fernando Cunha.

«Júlia Pastrana, nasceu com hipertricose, doença que a marcou para sempre como a “mulher macaco”. Frágil mas muito talentosa, conta na primeira pessoa a desconcertante história da sua vida. Theodore Lent, seu marido e empresário artístico sem escrúpulos, transforma Júlia numa atração circense de diversão. É neste cenário que o público assiste a esta bizarra e comovente história.

No ano em que Júlia Pastrana regressa à sua terra natal, os Valdevinos teatro de marionetas prestam homenagem a esta figura ímpar extraordinária. “Eu, a Mulher Macaco” retrata a vida de Júlia Pastrana, num ambiente intimista com música ao vivo». 

Eu a mulher Macado

O Príncipe feliz

No domingo, 11 de maio, às 17h00 a Companhia de Teatro Magia & Fantasia apresenta a peça O Príncipe Feliz, numa adaptação do conhecido conto do mesmo nome de Oscar Wilde.

«Trata-se de uma história de amor/amizade entre uma Andorinha e uma Estátua, a do Príncipe Feliz; que outrora fora um Príncipe que vivia no Palácio do Não te Rales. Neste palácio, ele não conheceu as tristezas do mundo nem como o seu povo sofria. Por isso era feliz, só cantava e dançava e nunca havia derramado uma lágrima sequer. Só quando o transformaram em estátua é que teve contacto com a realidade, conhecendo o sofrimento humano.

Quando apareceu a Andorinha que, encantada com a ideia de ajudar os outros, passou a ser a mensageira do príncipe, uma vez que este estava preso ao pedestal. A pedido do seu novo amigo, a Andorinha retirou, pouco a pouco, as joias da estátua e as entregou ao povo. Só que tudo isto custou a sua própria vida, deixando de cumprir o seu próprio destino, o de voar com as outras andorinhas para fugir ao Inverno.

Uma história de amor incondicional apresentada de uma maneira leve e lírica».

A visita de velha senhora

Para sábado, 17 de maio está programado o regresso ao palco destes encontros do GTAAR, Grupo de Teatro Amador da Escola Secundária da Ramada desta feita com a peça A Visita da Velha Senhora

Como serão as camas dos super-heróis

 A segunda participação do Artecanes nesta edição dos encontros faz-se n0 domingo, 18 de maio, às 17h00 com a peça Como serão as camas dos super-heróis.

«Dois irmãos dormem num pequeno quarto onde só existe uma cama (consequências da crise), o mais novo, de nome Pedro, acorda e quer contar o seu sonho ao seu irmão mais velho, Juliano, mas este quer é dormir. Depois de muita insistência do Pedro, o Juliano lá se levanta e dá-lhe atenção. O sonho era uma história que envolvia super-heróis. Juliano, que não acredita em super-heróis volta para a cama e o irmão aborrecido com o descrédito do irmão vai-se deitar também. Eis que aparece Zeus, o pai dos deuses do Olimpo, um super-herói da antiguidade grega, e após um breve diálogo com eles decide envia-los em aventuras, para conhecerem quem são os verdadeiros super-heróis e como serão as suas camas».

camas super heróis

Pranto de Maria Parda

 Sábado, 24 de maio sobe ao palco o Grupo de Teatro Amador da Sociedade Filarmónica 1º de dezembro, do Montijo, com a peça Pranto de Maria Parda, um original de Gil Vicente, com encenação, dramaturgia e caracterização de Carlos Soares.

«Gil Vicente pretendia com esta peça retratar a realidade das classes pobres de Lisboa do século XVI, uma realidade que contrastava com a opulência da sociedade de Quinhentos. A riqueza proveniente de África e da Índia fazia o deleite de uns e a miséria de outros. Maria Parda fazia parte do grupo de negros e mestiços que se encontrava na base da pirâmide social, sem esperança e votado ao abandono. Esta mulher perdida vagueia, desesperada, à procura de uma voz que a ajude e que os taberneiros e taberneiras (símbolo da avareza) se compadeçam dela. Contudo, não deixa de ser divertida e atrevida, satirizando a sociedade que a escorraça.

Qualquer analogia com a sociedade atual (não) é pura coincidência…».

Casa dos secretos- Rodizio final

 Tal como abriu, a 10º edição dos Encontros com o Teatro em Caneças, termina com a subida ao palco do grupo organizador, com a peça Casa dos secretos- Rodizio final com texto e encenação de Joaquim Guerreiro.

Nesta peça do Artecanes «Um conjunto de pessoas, desconhecidas entre si, são fechadas dentro de uma casa sem contacto com o exterior, Todas as semanas estes desconhecidos nomeiam, secretamente, um de entre eles para ser expulso. E quem decide quem vai ser expulso é o público presente, através de votação de dedo na orelha.

Durante o tempo que estão na casa, criam-se entre os concorrentes relações e atritos, e são atribuídas tarefas para quebrar a rotina. Ao fim de uma semana existe uma gala onde um deles é expulso e sai da casa». 

Pranto da Maria Parda