Fundada em 10 de junho de 1979, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Pontinha (AHBVP) celebrou o seu 35º aniversário em ambiente de festa apesar das dificuldades diariamente sentidas, agravadas com a redução dos apoios municipais, com a inauguração de uma ambulância oferecida pelo município e com o anúncio do fim do pagamento das dívidas resultantes da construção do quartel.

A festa começou no sábado, 07 de junho com uma matiné de Fado que juntou muitos fadistas e amantes do fado no salão nobre da sede da Junta da União das Freguesias da Pontinha e Famões.
No Domingo, celebrando também o aniversário da fanfarra, teve lugar um grande desfile de Fanfarras de Bombeiros Voluntários que contou com a participação de cerca de duas dezenas de fanfarras vindas de vários pontos do país e que trouxe à rua os pontinhenses para assistir ao desfile.
No feriado de 10 de junho o dia começou com o hastear das bandeiras no quartel seguindo-se a colocação de uma cora de flores no monumento de homenagem aos bombeiros e diretores já falecidos.
Pelas 10h30 foi feita a receção às entidades convidadas seguindo-se a inauguração de uma nova ambulância de socorro, que custou 35.000 euros integralmente suportados pela Câmara Municipal de Odivelas.
A Sessão Solene evocativa do 35º aniversário foi o ato festivo seguinte. Na mesa da cerimónia estiveram o presidente da Mesa da Assembleia Geral da AHBVP, António Carlos; a presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Susana Amador; a presidente da Junta da União das Freguesias da Pontinha e Famões, Corália Rodrigues; José Abrantes, da Liga dos Bombeiros Portugueses; Comandante Manuel Varela, em representação da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa e Pedro Santos, comandante da corporação de bombeiros voluntários da Pontinha.
Entre os convidados estiveram os vereadores Paulo César e Rui Francisco, ;o representante da vereadora Mónica Vilarinho, Tiago Jesus, vários autarcas da União das Freguesias da Pontinha e Famões bem como representantes de várias associações e corpos der bombeiros e de clubes, coletividades e instituições da freguesia.
Maria José Guedes, presidente da direção da associação aniversariante lembrou que já se passaram 35 anos da data em que um grupo de pontinhenses conseguiu concretizar o sonho de ter na então vila da Pontinha, uma associação de bombeiros.
«Foi de facto, e continua a ser, um desafio difícil, enfrentado e vencido por um grupo de pessoas que, sem qualquer contrapartida financeira, antes pelo contrário, que se dedicam de alma e coração, muitas vezes preterindo a própria família, em prol desta obra, na prossecução da sua atividade que muito nos orgulha», disse a dirigente associativa, sublinhando ser justo referir «Todas essas pessoas que, desafiando as contrariedades ergueram esta instituição, inteiramente dedicada à defesa da vida humana».
Maria José Guedes lembrou que, apesar de hoje estarem na moda as palavras Troika e crise, na Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Pontinha as dificuldades são de sempre referindo a dívida de 600 mil euros referentes à construção do quartel que existia quando chegou à associação há 12 anos. «Vivemos de facto uma situação amarga, aparentemente sem fim à vista, levando cada vez mais as famílias à contenção de despesas, infelizmente até nos cuidados médicos» situação que se repercute também «Na vida de todos nós e, claro, as associações de bombeiros não são exceção. A atividade dos bombeiros nunca diminui, até se intensifica, não só pela ocorrência de incêndios ou acidentes mas também no aumento de atos de desespero cometidos por pessoas mais fragilizadas».
A presidente da AHBVP disse ainda que «Os Bombeiros Voluntários da Pontinha vêm-se obrigados a enfrentar as sérias dificuldades comuns a todos os corpos de bombeiros, nomeadamente a redução nas receitas, no quer diz respeito à angariação de novos sócios, bem como à desistência de alguns, por dificuldades no pagamento das quotas. As nossas receitas são provenientes da quotização de cerca de 2.000 associados, já foram mais de 3.000, número este que tem vindo a deminuir porque infelizmente as pessoas não podem pagar 1€ para os bombeiros».
Para Maria José Guedes «As ajudas disponibilizadas por instituições oficiais, entidades privadas e particulares, de onde destacamos a Câmara Municipal de Odivelas e a Junta da União das Freguesias da Pontinha e Famões, que são dadas de boa vontade e com reconhecimento da boa aplicação, são insuficientes face ao consumo de combustíveis e com a manutenção das viaturas, principalmente as de fogo, pois são viaturas com muitos anos».
Dizendo que as suas palavras não são um lamento mas apenas a referência às condicionantes na capacidade de atuação da associação que choca muitas vezes com os desejos de dirigentes e bombeiros, a presidente sublinhou a união de esforços dos órgãos sociais e do comando do corpo de bombeiros «Para gerir a instituição de forma rigorosa e eficaz para evitar qualquer percalço ou contratempo que nos obrigue a parar aquilo a que nos propusemos: prestar socorro à população». Maria José reconheceu e evidenciou as necessidades da associação de aumentar as receitas próprias e de procurar patrocinadores que possam ajudar a instituição a atingir os seus objetivos e por isso deixou ficar o apelo para que quem possa ajude a levar por diante a causa humanitária que a associação prossegue.
A dirigente associativa terminou a sua intervenção agradecendo à presidente da Câmara Municipal de Odivelas a oferta da ambulância que nesse dia foi inaugurada; à presidente da União das Freguesias da Pontinha e Famões pela oferta da viatura que é conhecida pela Pick Up do Guerreiro «Que para nós tem grande valor»; à Associação de Melhoramentos Sociocultural do Vale Grande e ao comando do corpo de bombeiros e dirigentes da associação e «A todos os homens e mulheres desta casa porque com ou sem farda todos somos bombeiros».

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