É cada vez mais comum ouvir-se falar em dislexia sobretudo no meio escolar. No entanto é perceptível que o seu significado não está de todo esclarecido, tornando-se portanto essencial desmistificar este “monstro” que atormenta professores, alunos e pais.
A dislexia apresenta-se assim como um distúrbio, que se enquadra no rol das doenças. Este distúrbio está ligado sobretudo à dificuldade sentida no campo da leitura, escrita, realização de operações aritméticas, bem como ao nível da simples distinção entre direita e esquerda, percepção real de distâncias e tamanhos, e funcionamento da própria memória.
A identificação da dislexia ocorre normalmente em idade escolar, sendo na escola que ganha maior evidência, devido ao desfasamento na aprendizagem. A criança disléxica apresenta maiores dificuldades em assimilar informações que a partida são simples para os demais, no entanto não estamos perante uma situação de atraso mental ou como outrora era comum se denominar de “burrice”. Na realidade a criança disléxica trava uma luta interior ao tentar acompanhar a matéria e absorver o conhecimento transmitido, o que lhe é no entanto dificultado por factores de certo modo alheios pois não os domina.
Importa esclarecer que existem vários tipos de dislexia, que podem “afectar” os vários níveis do conhecimento. Não havendo consenso quanto à sua origem, que pode estar na base neurológica, genética, congénita, etc.
Para diagnosticar esta doença é importante a presença de uma equipa multidisciplinar, bem como o acompanhamento da criança e a prática de exercícios que lhe permitam ultrapassar ou minimizar as dificuldades sentidas. É importante perceber como a criança vê o que lhe é apresentado, havendo determinados truques que podem facilitar a identificação e a compreensão.
O que está em causa na dislexia não é a inteligência da criança, mas sim a sua forma de ver as coisas e de as analisar. É comum disléxicos verem por exemplo uma palavra em espelho; confundirem duas ou mais letras similares em termos de forma e fonética; ou ainda verem as letras “mexer” o que pode complicar ou não dependendo da cor da letra.
É portanto uma doença que pode dificultar a assimilação e aprendizagem, mas não impede o desenvolvimento da criança, apenas exige que seja trabalhada em casa, na escola e por profissionais de forma adequada. Importa ainda não excluir ou discriminar indivíduos disléxicos, inclusive porque grandes figuras de referência também tinha este distúrbio e tal não lhes impediu de darem o seu contributo ao mundo.