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Utentes da Associação Comunitária de Saúde Mental de Odivelas e do Centro Comunitário de Saúde Mental, em Odivelas tiveram, no dia 13 de Dezembro, a oportunidade de realizar um velho sonho: Andar de avião, numa inesquecível viagem num aparelho militar, C 130, da Força Aérea Portuguesa, entre a Base Aérea nº. 6 (BA6), no Montijo e o Aeródromo de Trânsito N.º1,no Figo Maduro, em Lisboa, passando pela Costa da Caparica e Cabo Espichel, entre outros.

Foram 46 os utentes destas duas instituições que participaram neste voo. Muito deles nunca tinham andado de avião ou sequer ter estado perto de um. Segundo relatos das técnicas que os acompanham, muitos dias antes da data da viagem já a excitação do momento tomava conta de muitos deles, quase não falando de outra coisa.

A reportagem do Odivelas Notícias teve oportunidade de ver essa excitação e alegria logo na chegada ao autocarro, que nos iria levar até ao Montijo. Durante toda a viagem até à Base Aérea o ambiente era um misto de alegria e preocupação. A espectativa da viagem misturada com o medo do desconhecido porque para muitos aquela seria a primeira viagem de avião.

Na Base Aérea fomos bem recebidos pelo comandante da unidade, coronel piloto aviador António Temporão que, junto ao grande presépio que é já uma tradição na BA6, fez um pouco da história da base e das missões que estão confiadas à Força Aérea Portuguesa no geral e aquela unidade em especial.

Também o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins, teve oportunidade de dirigir umas palavras onde sublinhou a importância desta iniciativa e agradeceu à Força Aérea Portuguesa por ter permitido esta viagem.

Também Noélia Temporão, presidente da Associação Comunitária de Saúde Mental de Odivelas usou da palavra para agradecer à Câmara Municipal de Odivelas e à Força Aérea Portuguesa pela realização deste evento.

Estava na hora do mais aguardado acontecimento. Na curta viagem a pé entre o autocarro da CMO e o C 130 as conversas continuavam com o mesmo tema: andar naquele avião tão grande.

Antes da partida os jornalistas quiseram ouvir o comandante da BA6, coronel António Temporão que explicou que esta viagem faz parte da missão da FAP de se abrir à sociedade civil e a todas as suas instituições. Para o comandante «Este é um dia que ficará para sempre  na memória destas pessoas. Há momentos que nos marcam e este, tenho a certeza é um deles».

António Temporão disse ainda que «É extremamente gratificante para o comandante receber estes abraços, comprimentos e obrigados. O obrigado é a coisa mais importante e isso faz parte do nosso papel: estarmos abertos à população».

O brilho dos olhos iluminaria uma cidade, tão intenso era. A curiosidade superava o medo e a excitação da viagem sobrepunha-se a tudo. Os ruídos dos motores não impediam que cada um de nós conversasse com quem estava ao lado. Em pleno voo for permitido aos participantes que visitassem o cockpit e então o contentameto e a excitação ainda eram maiores.

Quarenta minutos durou a viagem no C 130. Quarenta ideléveis minutos.

Chegamos ao Figo Maduro fomos recebidos pelo comandante do Aeródromo, coronel Rui Alfredo Faustino Campos, que também explicou a missão daquela unidade. Antes da despedida foi entregue uma lembrança da FAP a todos os participantes bem como um diploma que certifica a viagem.

Para além dos utentes das duas instituições, dos técnicos e da comunicação social também participaram o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hgugo Martins e o vereador Edgar Valles.

Em final de viagem pedimos declarações ao presidente da Câmara sobre esta iniciativa. «Quando conseguimos realizar os sonhos dos outros sentimo-nos cheios mais ricos e com a certeza reforçada de que vale a pena ser autarca e trabalhar em prol da comunidade, em prol dos outros. É isto que é o nosso dia a dia, por vezes invisivel. Ainda bem que a estes eventos é dada uma merecida visibilidade.

Em quadra natalicia foi um dia em cheio para todos. Quando conseguimos por em pratica aquilo que os outros sonham sentimo-nos satisfeitos.

Acompanhei a viagem no cockpit, onde todos foram, e digo-vos, guardarei para sempre estas imagens de felicidade de pessoas que nunca imaginaram poder voar e hoje eu voei com elas. Isso fez-me sentir importante, fez-me sentir que o concelho de Odivelas conseguiu concretizar os sonhos destes cidadãos».

Para Hugo Martins a CMO tem de ser inclusiva. «Este é o nosso papel. Nunguém pode ficar de fora da sociedade. Hoje foi isso que fizemos. Fomos mais longe, trouxemos para dentro aqueles que muitas vezes ficam de fora. Temos de ser uma sociedade com igualdade de oportunidades, com mais justiça e mais inclusiva».

E, para Hugo Matins o que foi esta viagem? «Para mim também foi um batismo de voo e confesso que foi a primeira vez que viajei num cockpit de um avião. Foi uma experiência única, percebi o profissionalismo e as exigências rigorosas que estes profissionais têm e da preparação física e psiquica que têm de ter. Foi um dia também bastante especial para mim. Agradeço à FAP e desejo um feliz natal e um próspero 2016».

O avião

O C-130H é um avião quadrimotor, turbo-hélice, de asa alta e trem retrátil.

O acesso ao compartimento de carga na fuselagem é feito pela parte traseira do avião, que se abre em rampa, facilitando, desta forma, não só as operações de carga e descarga, mas também o transporte de cargas volumosas (viaturas pesadas), o lançamento de carga em paraquedas ou por extração a baixa altitude e ainda, o lançamento de paraquedistas.

Na configuração sanitária o C-130H pode transportar até 74 macas e, na versão C-130H-30, poderão ser evacuados até 97 feridos ou doentes.

As suas excecionais características operacionais (robustez, versatilidade, capacidade, raio de ação e autonomia), garantem à Força Aérea Portuguesa a capacidade para a realização de missões de transporte aéreo tático e transporte aéreo geral, de patrulhamento marítimo e de busca e salvamento, apoio logístico às Forças Armadas Portuguesas e Forças NATO, e também operações de combate a incêndios florestais.

A Força Aérea Portuguesa possui três C-130H-30, versão que resulta do alongamento do C-130H, pela introdução na fuselagem de dois anéis, que aumentam o comprimento total da aeronave em 4,572 m, o que lhe confere maior capacidade volumétrica sem lhe alterar significativamente a “perfomance” básica.

Fonte: Site da FAP