Ainda que não seja algo muito falado, tem ganho cada vez maior evidência a presença de situações associadas aquilo que os ingleses denominaram de stalking. Este remete para uma forma de assédio, que consiste na perseguição da vítima de uma forma obstinada, entrando de forma evasiva na sua esfera privada. Este assédio não é de todo consentido pela vítima. Na sua maioria o perpetrador do stalking é um individuo previamente conhecido, como um ex-namorado(a), um amigo(a), um conhecido(a), embora também possa ser alguém totalmente desconhecido.

O objetivo deste tipo de assédio é a perturbação da vítima. Embora inicialmente a forma subtil e romantizada com que o agressor inicia o processo da perseguição possa trazer à vítima alguma descrença ou confusão. De facto o intuito principal é a conquista da vítima, sendo que, aquando de uma rejeição ou desinteresse da mesma, o grau de perseguição pode passar de subtil para intimidatório e até perigoso.

A perseguição pode adquirir diversas formas, como sejam: contactos telefónicos e envio de SMS persistentes; envio de presentes; presença em locais habitualmente frequentados pela vítima, como casa e trabalho; observação das suas rotinas ou tentativas excessivas de aproximação. Com maior gravidade inclui-se a destruição de bens; entrada forçada na casa ou viatura da vítima; agressões físicas e sexuais e tentativas de homicídio ou mesmo o homicídio da vítima.

O stalking é portanto uma forma de violência, que acarreta danos ao nível psicológico, emocional e até físico, levando a vítima a uma desgaste gradual sobretudo pelo fator surpresa e intimidação que acarreta. Muitas vezes além das consequências mencionadas, a vítima é obrigada a mudar a sua rotina, estilo de vida, a evitar determinados locais e diminuir os contactos sociais.

Habitualmente o motivo que está na base do stalking prende-se com sentimentos associados ao amor, vingança, ódio ou obsessão. Dados os motes apresentados é importante realçar que o que move o agressor é algo por vezes incompreensível e imprevisível.

Qualquer indivíduo pode ser vítima deste tipo de violência, sendo importante saber detetar e tomar providência antes da sua evolução.