Com a morte do cardeal José da Cruz Policarpo, dei por mim a pensar o que é um Padre. Para mim um padre é o título que recebe um presbítero da Igreja Católica, ao contrário do significado que a mesma Igreja lhe quer dar ou seja um Padre do latim páter ou pátris, que significa “pai” (peço desculpa mas, Pai só tenho um) ou “chefe da família” (e chefe de família para mim ainda é mais difícil de aceitar uma vez que oficialmente não são casados nem têm filhos.

padreUm Padre é um membro do clero católico do sexo masculino que recebeu o sacramento de uma ordem, também chamado de presbítero e hierarquicamente acima dos diáconos e abaixo dos bispos, mas dependendo da sua função em uma paróquia (caso esteja funcionando em uma), pode ser um pároco, se é a autoridade religiosa máxima na paróquia, ou vigário, caso se encontre subordinado a outro padre na mesma paróquia.

Quando são ordenados diáconos fazem promessa, ao seu Bispo, de castidade, obediência e pobreza, fazem ainda a promessa de rezar todos os dias a liturgia das horas pelo Povo de Deus e de celebrar a Eucaristia.

Acredito que um padre deve usar batina que tem 33 botões na frente, que representam a idade de Cristo e 5 botões na manga, que representam as 5 chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A batina é uma veste litúrgica obrigatória para padres e significa a morte do padre para o mundo, o seu luto, com um colarinho branco representando a pureza.

Infelizmente ao longo dos últimos anos tem-se assistido a um número crescente de jovens sacerdotes que abandonaram o seu hábito eclesiástico. É uma constatação, e não uma opinião.

Pois a normativa da Igreja, sobre este tema, é bastante clara.

No Código de Direito Canónico, o can. 284 afirma: “Os clérigos usem trajo eclesiástico conveniente, segundo as normas estabelecidas pela Conferência Episcopal, e segundo os legítimos costumes dos lugares”.

Recorrendo à Conferência Episcopal Portuguesa, pode ler-se num decreto de 18 de Dezembro de 1984: «Em conformidade com o can. 284, a Conferência Episcopal Portuguesa determina:

1.Usem os sacerdotes um trajo digno e simples de acordo com a sua missão.

2.Esse trajo deve identificá-los sempre como sacerdotes, permanentemente disponíveis para o serviço do povo de Deus.

3. Esta identificação far-se-á, normalmente, pelo uso: a) da batina; b) ou do fato preto ou de cor discreta com cabeção».

Acredito que ser padre é uma questão de vocação e fé, além de um homem de bem reconhecível pela comunidade, também pelo hábito que traz, como sinal inequívoco da sua dedicação e da sua identidade de detentor dum ministério público.

O padre deve ser reconhecido antes de tudo pelo seu comportamento, assim como pelo seu vestuário de forma a ser imediatamente visível por cada fiel, melhor ainda por cada homem, a sua identidade e pertença a Deus e à Igreja Católica.

Confesso que me faz alguma confusão quando um Padre tem vergonha que usar batina, para mim e negar tudo aquilo em que prega.

Mas mais confusão me faz quando um Padre, se recusa a fazer os funerais aos seus fiéis e devotos, assim como os acompanhar ao cemitério, pois na maioria dos casos os cemitérios são lugares de prática religiosa, sendo a própria palavra “cemitério“, foi dada pelos primeiros cristãos aos terrenos destinados à sepultura de seus mortos.

Muitíssimo pior é quando um padre se recusa a participar numa Procissão, sendo que a procissão é um cortejo religioso realizado em devoção a um Santo/Santos ou à Santíssima Trindade, e onde se transportam as imagens religiosas pelas ruas da localidade em festa.

As procissões possuem um significado profundo. Simbolizam a caminhada de oração do Povo de Deus, em comunidade, rumo à Casa do Pai.

Seguir uma procissão é seguir Cristo que também andou em procissão rumo ao calvário onde conquistou a salvação de toda a humanidade. Na Bíblia no Antigo Testamento são relatadas diversas procissões. (Josué 3,5-6, N.º 10, 33-34, Josué 6,4, Josué 3,14-16, Êxodo 25, 18-21, Josué 4, 4-5, Josué 4,15-18).

Já para não falar quando um Padre se recusa a realizar um casamento (Na Igreja Católica o casamento é considerado como sendo “O pacto matrimonial, pelo qual um homem e uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, fundado e dotado de suas leis próprias pelo Criador. Por sua natureza, é ordenado ao bem dos cônjuges, como também à geração e educação dos filhos. Entre batizados, foi elevado, por Cristo Senhor, à dignidade de sacramento.”) (in Catecismo da Igreja Católica, n. 1660). só porque não gosta da Igreja ou da capela e porque não quer que se torne um habito as pessoas casarem nela.

Pior é quando um Padre diz que as imagens de Santos não passam de “bonecos” e que tanto faz adorarmos esta ou aquela imagem pois são todas iguais.

A verdade é que tudo isto é triste mas tudo isto existe, numa era onde as pessoas cada vez mais as pessoas voltam as costas á religião, parece que existem padres que ainda ajudam, na minha modesta opinião que não querem fazer nada disto, deixem de ser Padres, virem diretores disto ou daquilo mas deixem o sacerdócio, para quem tem verdadeira vocação e devoção.