Confesso que nem sempre é fácil agarrar no Tablet e escrever uma crónica escorreita, sem defeitos e de forma que o autor consiga transmitir claramente o que se pretende. No entanto tenho a clara consciência de que, salvo muitos raríssimas exceções o tenho conseguido. Claro que agradar a gregos e troianos nem Deus o consegue fazer mas isso não quer dizer que a crónica não saia limpinha.

Na crónica da passada semana falei sobre um episódio passado nas Festas da Cidade com um segurança e um jornalista. Li, reli e voltei a reler esse escrito e continuo convencido que fui claro mas há, pelo menos um leitor, que acha que assim não foi e educadamente manifesta a sua discordância sugerindo a necessidade de um pedido de desculpa… Vou transcrever o que disse:

«Caro Sr. Finório, relacionado à sua última crónica, gostaria que me explicasse cá uma coisinha. Como segurança que sou, e conhecedor aprofundado da minha profissão, gostaria que me explicasse em que aspecto foi o segurança das Festas de Odivelas, você sabe, o tal que bloqueou passagem a um senhor jornalista, mal-educado e arrogante, como tão bem o senhor denominou o acto. É que bem vistas as coisas, do aspecto profissional, o segurança não me parece ter agido fora das suas funções. O próprio gesto de colocar a mão no peito do dito jornalista, não é em si um acto violento, mas sim um acto de imposição de respeito e autoridade, pois é essa a função do segurança. Sendo assim, como pode o senhor (que não sei se percebe das funções inerentes á profissão de Agente de Segurança e Vigilante Privado), caracterizar os actos do segurança como violentas, e caracterizar a pessoa em si de mal-educada e arrogante?
Pense nisso. É que estou certo que deveria ter escolhido melhor as palavras. Sou um assíduo seguidor da sua crónica (aliás, é a única coisa que leio no jornal inteiro), mas neste aspecto, e apenas neste, creio que um pedido de desculpas devia ser colocado em cima da mesa.
Atenciosamente
Outro segurança».
Caro senhor, começo já em desvantagem porque o senhor pode tratar-me pelo meu nome de baptismo e eu não poderei fazer o mesmo porque não me parece que Outro Segurança seja o nome que consta do seu Cartão de Cidadão. Mas pelo respeito que me merece e pela educação que revelou no seu comentário vou responder-lhe com toda a boa vontade. Por sinal percebo e conheço bem as funções de segurança, a menos que elas tenham mudado significativamente nos últimos 11 anos, porque até essa altura e durante mais de 20 anos enverguei uma farda de uma das maiores empresas de segurança a operar em Portugal, com tal orgulho na profissão que tenho religiosamente guardado meu cartão emitido pelo MAI. Mas, devo acertadamente dizer-lhe que nunca, no exercício dessa função deixei de cumprir os meus deveres mas também nunca fui agressivo, mal-educado ou arrogante.
Tocar numa pessoa nunca será função de ninguém. Dizer que o jornalista não podia entrar, claro deveria dizer se era as ordens quer tinha mas tinha de o fazer de uma forma educada e ordeira e não foi o que fez. Depois, com os argumentos do jornalista deveria ter ficado na dúvida e comunicar com a autarquia para receber instruções face aquela nova situação. Não o fez, mantendo a sua posição. Pois é caro amigo e senhor Outro Segurança, para além de achar que não devo um pedido de desculpa ainda tenho de acrescentar mais um adjectivo que não escrevi na passada semana. Pois, além de mal-educado e arrogante foi também incompetente! Claro que tenho a noção que os vigilantes não sou todos assim e que aquele poderá ser a maça que contamina a cesta!

Cumprida esta obrigação para com o leitor, vamos então Gambuzinar…

Ainda as Festas da Cidade. Na passada semana referi o espaço dos partidos no recinto da festa. Disse que estava lá o espaço para o CDS. Pois o espaço estava mas o CDS é que não o ocupou. Segundo as más-línguas parece que não tinham ninguém para lá ficar. Pois é… Cá o Zé tem de dizer o que outros pensaram: «Volta Xara que fazes muita falta».

Continuemos no aniversário da cidade de Odivelas mas vamos saltar para domingo, 13 de julho, no Pavilhão Polivalente onde decorreu a grande sessão solene comemorativa. Disse grande? Claro e com toda a verdade porque começou as 15h00 e terminou às 18h00. Maior seria congresso…

Quanto aos discursos proferidos o Zé não vai comentar. Toda a gente tem o direito de dizer o que lhe vai na alta mas tenho de dizer que pelo menos um dos oradores tem de ter uma grande cara de pau para depois de ouvir o que ouviu, com números e factos, conseguir, impávido e sereno, dizer o que disse. Olhem que não é para todos, é preciso ter aquilo que o macaco tem no preciso lugar onde as costas mudam de nome.

Tal como aconteceu na inauguração das festas dois presidentes de junta sobressaíram pela ausência. Mais uma vez apenas a pontinhense/famoense Corália Rodrigues disse presente. Bom será que quando o apresentador da sessão Vítor Martins chamou à doutora Corália presidente da Câmara foi com algum conhecimento do futuro da política cá da terra?… Bom também disse que a representante da Codan era a presidente da empresa… Não, não estou a dizer que o senhor Vítor é um mau apresentador. Pelo contrário… No melhor pano a nódoa cai e numa maratona de três horas não há santo que mantenha os milagres a todo o tempo.

Vou ter de acabar porque já escrevi mais que os caracteres permitidos mas tenho de dizer esta. Escrevi há umas semanas que o ar condicionado do Polivalente não funcionava. No domingo estava bem fresquinho. Talvez um advogado diga que não houve causa efeito, talvez alguém diga que foi pura coincidência mas cá o Zé é mais da escola da doutora Margarida Rebelo Pinto e também acha que «Não há coincidências»

E prontos, agora é que me vou. Volto para a semana, ou não.

Gambuzino ao saco…
Gambuzino ao saco…