O José Maria Finório, vosso amigo e humilde cronista das terras da marmelada é hoje um homem meio feliz. É verdade, muito feliz por um lado e algo infeliz por outro, dai, que medindo bem as percentagens tenho de afirmar a minha meia felicidade. Claro que apressados como vossemecês são já estarão a perguntar: «Porque raio é que o Zé Maria está neste lastimoso estado que não é carne nem é peixe?». Como a função desta crónica além de gambuzinar é também pedagógica o Finório vai explicar, mas apenas no parágrafo seguinte.

Então expliquemos. Quando vi na edição da passada semana do único jornal impresso dedicado em exclusivo às terras da Marmelada, ou seja o Odivelas Notícias, que as Festas da Cidade de Odivelas tinham sido devolvidas aos Odivelenses fiquei muito contente, ou até numa linguagem mais jovem, como gostava de ser mas não sou, diria mesmo bué da contente.

Continuei contente ao saber que os partidos políticos com assento na Assembleia de Freguesia voltavam a poder montar barraca no recinto das festas. E adorei vê-los todos encostadinhos uns aos outros embora não tenha percebido a ordem. Primeiro PS, depois o PSD, depois o BE e no cantinho o CDS PP, terminando com a CDU com a sua habitual barraca de lata para vender EP’s. Na altura em que lá estive PSD e CDS não tinham ainda armado as suas barracas. A esquerda adiantou-se e ficou com os melhores pedaços de espaço. A maioria governamental aqui ficou com o BE pelo meio e com os piores pedaços. Vingança da esquerda? Talvez sim, assim pensa o Zé.

Também fiquei contente pelo facto de o número de expositores nas atividades económicas ter aumentado mas baralhei-me com o facto de haverem artesãos de primeira e de segunda classe. Sim eu sei que o facto de estarem na área das atividades económicas foi opcional e que pagaram mais mas….

Ah é outra que o Zé não conseguiu perceber foi porque é que os SMAS de Loures estavam num cantinho, sozinhos, na zona dos espetáculos. Coitados…

E agora os factos factuais de tiraram 50 por cento da felicidade do Zé.

O primeiro foi a triste contestação que as festas não foram totalmente devolvidas aos Odivelenses. Bom eu sei que o senhor Henrique nasceu na Pontinha e não na freguesia de Odivelas mas em termos concelhios não deixa de ser odivelense. Portantos para a próxima digam. «Festas devolvidas aos fregueses de Odivelas» Assim não são geradores de confusões. Que tem o senhor Henrique a ver com isto, já estão vossemecês a perguntar? E o Zé, pacientemente explica: Na sua função de jornalista do Odivelas Notícias o senhor Henrique foi à inauguração das festas. Como toda a propaganda dizia que o acesso ao recinto era livre entrou à vontade. Pois… Um senhor mal-educado e arrogante com uma T-Shirt de uma empresa de segurança barrou-lhe violentamente a entrada colocando-lhe o braço a frente encostado ao peito como se fosse um criminoso. Claro que o jornalista protestou, identificou-se como jornalista mas não demoveu o arrogante porteiro com ares de autoridade. «Não tem credencial não entra… Não está na lista não entra». Por sorte, ou por azar, estava a passar perto da cena o senhor Peixoto, vogal da junta que lá desbloqueou a coisa. Lá se foram um porcentozinhos da minha felicidade.

Não fui ver porque não sou fã do senhor, embora com esta afirmação vos possa parecer uma ave rara, mas sei que o espetáculo do senhor Tony Carreira (que vontade tive de ser vulgar e dizer Tony Caminete, mas o bom senso ganhou) ficou abaixo das expectativas e apenas teve cerca de metade dos 12.ooo espectadores que a organização previa. Foi mau, muita mau mesmo. Lá se foram mais um porcentozinhos da minha felicidade ao perceber que se calhar a junta também ia perder uns porcentozinhos da esperada receita. E como um euro de cada bilhete ia para os bombeiros instituições e projetos sociais da freguesia vejam bem o que esta gente perdeu mesmo sem jogar na bolsa. Ah pois contar com bilhetes vendidos e tão arriscado como ter ações do BES.

Precisei de satisfazer uma urgente necessidade fisiológica e fui à casa de banho das festas. É pá adorei ver que a tradição naquele local ainda é o que era. Quando fui à procura do habitual dispensador de sabonete líquido encontrei, em cima da pedra mármore, dois pedacinhos de… Sabão Azul e Branco. Ai que saudades do tempo em que aquele sabãozinho enchia do seu cheirinho toda a casa e tanto dava para lavar as fraldas dos bebés, como as partes íntimas e até os dentes, porque a democratização das pastas de dentes só chegaria muitos anos depois. Por isso a minha primeira reação foi de contentamento pelo facto de o senhor Gaudêncio respeitar desta forma uma tradição tão portuguesa. Mas, depois pensei se tal coisa não seria por causa da contenção financeira e lá se foram mais uns porcentozinhos da minha felicidade…

Então, já perceberam porque estou meio feliz? Bom, se não perceberam paciência porque não explico mais. Agora vou-me embora. Volto para a semana, ou não!

Gambuzino ao saco…
Gambuzino ao saco…