Fundado a 16 de Janeiro de 2007 o Movimento Odivelas no Coração assinala no próximo domingo, 19 de janeiro o seu 6º aniversário. Criado inicialmente com o objetivo político de concorrer às eleições autárquicas de 2009, alterou posteriormente os seus Estatutos tornando-se numa associação de solidariedade social e de intervenção de cidadania. Assinalando também a este aniversário do MOC o Odivelas Notícias conversou com o seu presidente da direção, Vítor Peixoto sobre este aniversário e o momento atual, e futuro, do Movimento Odivelas no Coração.

 

 

Começámos a conversa pelo início do MOC. «Durante quase dois anos o MOC teve uma atividade política. Basicamente vivíamos para uma candidatura aos órgãos autárquicos, a partir dai mudámos a agulha. Ainda andámos um ano a perceber qual era o nosso caminho». Nos últimos anos o Movimento Odivelas no Coração exerce essencialmente a sua ação solidária e cidadã.  

 

A falta de instalações próprias foi a principal dificuldade

 

Uma das grandes dificuldades sentidas pelo MOC foi a falta de instalações para desenvolver a sua ação bem como os encargos mensais assumidos com o aluguer da sua sede. «Não tem sido fácil. Nós somos uma associação sem fins lucrativos, não temos subsídios de ninguém, vivemos com os nossos meios, quotizações dos sócios e donativos de alguns beneméritos, cidadãos individuais que nos apoiam e, portanto, o facto de não termos instalações tem sido muito difícil. Finalmente temos esta situação concluída e penso que vamos respirar um pouco mais fundo e a partir daqui poder dedicar-nos essencialmente às nossas atividades que são atividades cívicas e de cidadania para além desta grande área que é a social e que nos ocupa muito tempo e nos dá muito trabalho e consolidou bastante a nossa intervenção nos últimos anos».

 

São muitos os voluntários que abraçaram as causas do MOC994376_767825419910494_478735739_n

 

Vítor Peixoto considerou que «Temos tido a sorte de ter junto de nós muitos voluntários, muita gente nova, disponível para trabalhar. Digamos que temos uma forma de trabalhar mais moderna e mais original. Não é normal neste tipo de associações haver o voluntariado que existe na nossa. O nosso voluntariado é um voluntariado informal, não tem aqueles formalismos que são exigidos na altura em que as pessoas se inscrevem para serem voluntários, não tem obrigatoriedade de fazer este ou aquele horário. As pessoas aparecem quando querem e quando podem e esta fórmula tem permitido que as pessoas se aproximem de nós e que o MOC tenha crescido muito. O facto de termos ao nosso lado tanta gente disponível para trabalhar tornou possível levar a bom porto a nossa atividade social».

Apesar da atividade social representar a maior fatia da sua intervenção o MOC não descurou as outras atividades, garantiu Vítor Peixoto, como o apoio e encaminhamento dos cidadãos que procuram o movimento. «As pessoas querem ter alguém à mão para os ajudar por exemplo preencher o IRS, para os encaminhar nas reclamações, para fazer uma carta de candidatura a um emprego, por exemplo».

Um médico, uma enfermeira e uma psicóloga exercem trabalho voluntário no MOC apoiando as pessoas que solicitam esse apoio. O movimento dispõe ainda de uma loja de doação de roupa, calçado, brinquedos e mobiliário. «Temos, tudo aquilo que as pessoas precisam sem gastar um cêntimo».

 

Esperança no futuro528414_633035080056196_1479150687_n

 

Nesta altura em que o MOC comemora os seus seis anos de vida «O meu principal desejo e objetivo é que nos próximos anos nos possamos tronar mais autónomos e independentes, com meios próprios que até aqui não temos conseguido ter devido ao peso financeiro que as rendas e encargos com as instalações constitui». A renda mensal da sede do Movimento era de 320,00 mais contratos de água e de luz em três instalações e o condomínio e a Internet da sede o que totalizava cerca de 600,00€ mês só com as instalações. A partir de agora as despesas com as instalações passarão a rondar os 200,00€ porque a sede do movimento irá ser em instalações cedidas pela Câmara Municipal de Odivelas, junto ao Cruzeiro e as instalações de apoio para armazenamento e distribuição dos bens irão ser na antiga cantina do Mercado de Odivelas cedida pela Junta de Freguesia de Odivelas através de um Protocolo que vai ser assinado no domingo durante as comemorações do 6º aniversário.

Apesar dos encargos elevados o MOC foi conseguindo a imaginação e a criatividade necessárias à obtenção de receitas, como por exemplo a campanha de recolha de papel e cartão que tem vindo a desenvolver. Vítor Peixoto disse-nos que de 20123 para 2013 tiveram um saldo positivo de 2.000,00€ e de 2013 para 2014 com um saldo de 1.100,00€. «Não foi nada mau tendo em conta as nossas despesas mas claro que nos saiu do corpo, fartámo-nos de trabalhar, fomos para as Festas da Cidade, onde em 2012 tivemos uma boa receita que foi menor em 2013, mas para além dos lucros financeiros á sempre a divulgação do movimento, porque é bom as pessoas saberem que nós existimos. Aqui há uns anos atrás as pessoas não nos conheciam, hoje já há muita gente que nos conhece, trabalhamos articuladamente com várias entidades que nos encaminham as pessoas e isso é um capital que foi consolidado ao longo deste tempo».     

Vítor Peixoto realçou o apoio da Câmara Municipal de Odivelas e da Junta de Freguesia de Odivelas que têm cedido o transporte dos bens alimentares e outros. «Sem esse apoio não era possível fazer tudo o que temos feito». Para além dos produtos do Banco Alimentar Contra a Fome existem ainda os produtos do Programa Comunitário de Apoio Alimentar a Carenciados a que o MOC se candidatou e foi contemplado. «É uma candidatura muito complexa e que obriga a muito trabalho administrativo e muito trabalho logístico no terreno». O Movimento Odivelas no Coração está neste momento a prestar apoio alimentar e de bens de higiene a 166 famílias que incluem cerca de 480 pessoas de várias freguesias do concelho de Odivelas.

 

O MOC apela

 

Para poder ajudar o Movimento Odivelas no Coração também precisa de ajuda. As noivas instalações no Mercado de Odivelas precisam de obras. Sem capacidade financeira para as fazer o MOC apela a empresas que possam ceder materiais de construção e sanitários bem como a voluntários que possam colaborar nas obras.

 

Vítor Peixoto deixa direção do MOC

 

No dia 8 de Fevereiro vão realizar-se eleições para os órgãos sociais do MOC, para um novo mandato de dois anos. Vítor Peixoto, não se vai recandidatar como presidente da direção nem irá fazer parte desse órgão admitindo a possibilidade de fazer parte do conselho fiscal. «Como em tudo na vida, devemos terminar um ciclo. Eu vou continuar a trabalhar e a ajudar. Serei um voluntário com todo o entusiasmo».