Em véspera de Halloween, José Maria Finório estabelece de novo contacto com as suas leitoras, leitores e assim-assim para mais uma crónica semanal neste prestigiado e cada vez mais indispensável semanário regional da terra das oportunidades com promessas renovadas para os próximos quatro anos.

 

Como o prometido é devido vamos lá então às duas tomadas de posse que estavam ainda por gambuzinar, a saber: União das Freguesias da Pontinha e Famões e órgãos municipais, ou seja, trocando por miúdos, Câmara e Assembleia Municipal.

 

Mais uma vez casa cheia. Adorei. Também adorei ver o doutor Manel, ex-presidente e comentador ativo do Facebook a apoiar a sua protegida. Adorei os discursos e tenho de o dizer desde já, porque sou coerente e corajoso, embora pelo Face haja quem afirme o contrário, mas cá o Zé não está nada preocupado porque a minha santa mãezinha que Deus tem sempre me disse: «Meu filho olha que vozes de burro não chegam ao Céu». Já sei que vem ai nova acusação de cobardia, mas com os meus 135 quilos forjados a acartar muito saco de marmelo tenho as costas largas e aguento tudo. Mas sendo coerente tenho de dar aqui os sinceros parabéns a uma repetente e a um novato na Assembleia de Freguesia, antes da Pontinha e agora irmanada com Famões, Então é assim, a repetente Sandra Benfica da CDU fez, para o Zé claro, um dos melhores discursos da noite a par do recém-chegado Paulo Santos, do Bloco de Esquerda.

 

Ao ver os empossados fiquei com alguma preocupação pela senhora presidente dona Corália Rodrigues. Se já foi difícil no mandato anterior aguentar o José Carlos Pires, a Sandra Benfica e o Carlos Pinto, agora com o reforço do Rui Simões e do Tininho Serranheira vindos de Famões vai ser muito pior. Mas, há sempre um mas, para endurecer a coisa o Bloco de Esquerda tem Paulo Santos que pareceu ao Zé ser um corredor de fundo, bem preparado para estas provas de esforço e como tal irá ser também um osso duro de roer.

 

Para além dos socialistas o executivo da autarquia tem o social-democrata Rui Teixeira, o eterno acordado ou seja o sempre disponível para acordos de viabilização de gestão com os rosinhas. Segundo contaram ao Zé houve negociações com a CDU que, garantiram-me até não pedia muito, apenas dois vogais não remunerados, ou seja não secretário nem tesoureiro que somaditos sempre dão 600 euritos.  A resposta haveria de chegar até segunda-feira a crer na promessa feita mas apenas na tarde do dia seguinte, a escassa meia dúzia de horas da tomada de posse o rotundo não foi dado à CDU. O Zé percebe, claro que percebe.

 

Também gostei do discurso do senhor João Martins. Se permitem a opinião de um pobre cronista acho que foi uma boa escolha para presidente da assembleia a crer no trabalho feito em Famões no mandato anterior. Parece ao Finório que irá ser uma das melhores assembleias de freguesia do concelho. Falta ver a Ramada e depois digo quem fica em primeiro lugar. Mas, como até na seda chinesa a nódoa por vezes cai tenho de dizer ao senhor presidente que a expressão «De maneiras» não soa bem num discurso de tomada de posse assim como lembrar-lhe que não foi a população que elegeu o executivo da junta. Essa tarefa coube à assembleia que o senhor preside. Tomou nota?

 

Passemos então aos órgãos municipais. Salão Nobre completamente a abarrotar, enquanto os eleitos iam tomando posse e até a senhora doutora presidenta ter discursado. Após esta fase da cerimónia o barítono famoense Diogo Oliveira, acompanhado pelo pianista Pedro Vieira de Almeida, fizeram uma brilhante atuação, mas o pessoal cá da terra não está mesmo virado para estas coisas. Enquanto Diogo cantava os espetadores “bazavam” se me permitem esta expressão menos própria em crónicas desta natureza mas foi mesmo o que me apeteceu dizer perante tamanha demonstração de menos educação e de tremenda falta de respeito pelos artistas que ali estavam a dar o seu melhor. Não é correto, não se faz e é indigno de pessoas que até têm responsabilidades e deveres públicos. O Zé deixa aqui, desde já a sua solidariedade aos artistas bem como os parabéns pelo digno comportamento que tiveram e pela qualidade do espetáculo.

 

O senhor professor universitário Miguel Cabrita, que no anterior mandato foi líder da bancada socialista da AMO já mostrou ter condições para ser um bom presidente da assembleia. Aliás nesta mesma noite perante um conflito latente e um rebuliço aceso na bancada da CDU mostrou a firmeza e dureza necessária. Sem a impetuosidade da ex-deputada municipal Fátima Amaral e com este espirito disciplinador do novo presidente talvez as sessões sejam menos confusas do que algumas do anterior mandato. Mas tenho aqui de dizer, que o senhor presidente falhou. Embora conheça o ditado «Errar é humano», também acho que mais humano seria não errar. Que querem sou mesmo assim, embora também erre, e tem dias em que me sinto muito humano, acreditem que sim. Pois eu sei que já estão a protestar porque não referi o erro do senhor presidente. Calma, já vai. Tendo dado posse aos eleitos diretos para a assembleia municipal o senhor presidente ia passar para a Câmara esquecendo-se dos esforçados presidentes das freguesias que por inerência da coisa também tem o seu acentozinho  assegurado naquele órgão.

 

A assembleia que se seguiu ao ato de posse foi fértil em gambuzinos mas o papel é tirano e impõe-me um determinado número de caracteres que não posso exceder e por isso vou encurtar o texto no que a este ato se refere  e mudar de assunto não sem antes dizer que a eleição de um presidente de junta para representar o concelho no congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses, que seria coisa para dez minutitos, gerou uma acesa discussão com intervenção de todas as bancadas e mais de uma hora de considerações. O Zé até pensou: «Eh pá quando forem assuntos mais complexos aquilo acaba de manhã».

 

Como somos forçados a terminar este assunto vamos então a mais um, rapidinho que o espaço é pouco. Na Escola António Gedeão, nas Colinas do Cruzeiro, havia uma vedação a cair e assim esteve muitos anos. Há mais ou menos seis meses foi colocada uma nova vedação e a malta lá da escola respirou de alívio. Agora já não havia perigo de alguém levar com a vedação na cabeça. Mas o alívio foi de pouca dura porque a nova vedação também já ameaça ruir. Eh pá mas será que não há ninguém que fiscalize a construção destas coisas. Realmente o Zé anda mesmo desatualizado nos comportamentos das obras públicas. Sim eu sei, agora que tenho um Tablet vou à net e pesquiso até saber tudo na ponta da língua.

 

E assim, cheguei ao fim. Volto para a semana… Ou não!

 

Agora, vou caçar gambuzinos.

Gambuzino ao saco…. Gambuzino ao saco…