A exclusão social não é de todo uma expressão nova, embora na atualidade seja evocada com maior frequência. O enfoque é no entanto maior, dadas as condições que atravessamos no nosso quotidiano. Este tipo de exclusão remete-nos para a marginalização do indivíduo, no sentido de ser colocado à margem da sociedade, encontrando-se numa situação de exclusão social quanto atinge a total rutura com a sociedade onde se insere.

Neste grande grupo de marginalizados estão incluídos diversos tipos de indivíduos, como sejam indivíduos em situação de pobreza, de baixa classe social, desempregados, portadores de deficiência física ou mental, sem-abrigo, minorias étnicas, ex-presidiários, homossexuais e até idosos, não sendo no entanto fator primordial para um individuo se sentir excluído da sociedade. No entanto podemos assumir que existe um certo tipo de preconceito. Muitas vezes a própria população nega à partida proximidade com determinado indivíduo com base nas suas características.

Os indivíduos marginalizados pela sociedade sentem-se por vezes isolados e discriminados, inclusivamente quando o que se espera da sociedade é precisamente a integração e a solidariedade para com o próximo.

A verdade é que o aumento do desemprego, as condições precárias em que muitas famílias vivem, a emigração forçada e o aumento da percentagem de população idosa em Portugal, veio acentuar a situação de exclusão social. Sendo que esta estabelece uma estreita relação com aquilo a que chamamos de desigualdade social.

Ser cidadão não implica só ter direitos, implica sobretudo os deveres para com a sociedade, pelo que é responsabilidade nossa atenuar este sentimento de exclusão e permitir a integração plena dos indivíduos que necessitem de tal apoio, por forma a evitar o estigma.

Através da diminuição das desigualmente e do apoio genuíno, prevê-se também a diminuição de situações de desvio e criminalidade.

Não estará na altura certa de colocarmos em prática o conceito de cidadania que tanto lutámos para ter? A sociedade portuguesa não pode quebrar preconceitos em prol de um ambiente igualitário no qual a discriminação, exclusão e estigma sejam apenas meras palavras no dicionário? Tomemos então, consciência dos nossos atos e do caminho para o qual encaminhamos a nossa sociedade.