Acreditem caros leitores e leitoras que isto de escrever uma crónica semanal tem muito que se lhe diga e não é pera doce. Se há semanas em que a imaginação fervilha e as ideias se cruzam na cabeça à velocidade do Concorde que até tenho alguma dificuldade em as fixar, há outras em que a imaginação resolve fazer greve em protesto não sei bem de quê e nem a saca-rolhas consigo tirar nada.

 

Mas, o meu contrato diz que tenho de cronicar todas as semanas e por isso, mesmo com a imaginação de férias nos Alpes Suíços lá vou ter que escrever, apelando desde já a vossa compreensão e solidariedade se a coisa não sair tão escorreita como deveria.

 

Embora não seja do concelho de Odivelas vou ter que deixar aqui o meu desabafo e veemente protesto pela forma como a morte de Eusébio da Silva Ferreira foi oportunisticamente aproveitada. Primeiro foram as televisões que esfarraparam a notícia até não haver mais pano. Depois foram os políticos com todo o cão e gato a querer colar-se ao prestígio do Pantera Negra.

 

Para além do aproveitamento houve outra situação que me desgostou sobremaneira. Vi na televisão a entrada de um furação no Cemitério do Lumiar que destruiu todas as campas por onde passou. Não se faz mesmo. Quem controla estas coisas devia antecipar esta situação e não permitir que todas as pessoas entrassem. Certamente que os familiares dos falecidos que se encontram naquele cemitério não gostaram de ver as campas espezinhadas. Se esta é a civilização humana do século XXI então, meus amigos, cá o Zé perde a fé nesta gente.

 

Entremos então na Terra de Oportunidades.

 

Tal como tem acontecido nos últimos anos, a Câmara Municipal de Odivelas promoveu, em parceira com o Conservatório de Música D. Dinis, o Concerto de Ano Novo na Igreja de Nossa Senhora dos Apóstolos na Ramada.

Adoro música clássica e gosto deste tipo de concertos e de ouvir os jovens alunos do Conservatório cá da terra e por isso peguei nas minhas tamanquinhas e lá fui no meu Juquinha. Foi complicado arranjar lugar e tive de ficar de pé meio encavalitado numa senhora bem abonada de carnes e que estava sempre a mexer-se o que quer dizer que o Zé de quando em vez era espalmado contra a parede de tal forma que até me faltava o ar. Não percebo nada de acústica e essas coisas dos concertos mas acho que se calhar se o local fosse o Pavilhão Multiusos o pessoal ficava mais à larguinha. Pensem nisso que dava cá um jeitão aos consumidores de música do conservatório.

 

Apesar de gostar de música a minha cultura musical não me permite identificar os temas e os compositores e por isso gosto sempre que haja alguém que vá dizendo essas coisas. Pois mas naquele concerto isso não aconteceu e o Zé levou todo o tempo a olhar para o programa a ver se entendia alguma coisa. Eu sei que o tempo é de crise e não há dinheiro para contratar apresentadores mas, o Protocolo da Câmara tem caras tão bonitas e vozes tão bem timbradas que apresentariam de forma excelente o concerto. Então porque é que isso não aconteceu?

 

Mesmo assim adorei o concerto e tenho de dar os meus parabéns aos alunos e professores do Conservatório de Música D. Dinis pelo excelente concerto. Também dou os parabéns pela visão futurista da senhora do conservatório que perto do final deixou votos de Feliz Natal a todos. Assim é que é «Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje» e por isso fica bem desejar feliz Natal com 11 meses de antecedência. É pá não sejam má-língua. Não foi nada com quinze dias de atraso.

 

E já que estamos numa de parabéns aqui ficam também para quem teve a ideia de juntar ao espetáculo os coros das escolas. Claro que para os coros e os seus maestros também vão os sinceros parabéns do Zé.

 

Estranhei não ver a mestrada presidenta que não costuma faltar a estas coisas. Também não achei bem que apenas um vereador, doutor matemático Hugo Martins, marcasse presença. Cadê os outros? Eu sei que o doutor Edgar Vales está de férias por terras espanholas e que a doutora Mónica está de licença de maternidade, mas quanto aos outros não sei qual foi impedimento. Se calhar não gostam de música clássica.

 

E, como diria o Albino, que por acaso já não vejo há uns anos, «Desta já me livrei». Volto para a semana, ou não.

 

E agora vou para a Ramada para a continuação da Assembleia de Freguesia que pode ser que me safe com umas caçadazitas.

 

E pronto….

 

Gambuzino ao saco… Gambuzino ao saco…