Olá, cá está de novo o José Maria Finório para mais umas dissertações filosófico-politicas sobre a  terra mais gira e charmosa de Portugal e arredores, ou seja, o mui nobre concelho de Odivelas em cujo Mosteiro repousa o rei fundador da língua portuguesa, num túmulo que, diga-se em abono da verdade, já teve dias melhores e qualquer dia transforma-se em areia e o nosso D. Dinis lá fica sem a sua digna habitação tumular.

 

O Finório até gostou de ver o colorido dos cartazes eleitorais embora alguns até metessem medo ao susto e outros estavam tão mal colocadinhos que o Finório, com o seu 1,85mt ainda deu algumas cabeçadas. Mas aceito que o processo eleitoral faz parte do regime democrático e os cartazes são inevitavelmente parte do processo, ou não, apetece-me dizer. Com as redes sociais, o correio eletrónico, os vídeos no Youtube e outras modernices do género se calhar já podiam dar reforma aquelas feiosas estruturas de chapa que invadem passeios, postes elétricos, candeeiros e mais outros locais que não lembrariam ao Diabo mas lembram às organizações partidárias.

 

Mas atenção senhoras, senhores e assim-assim. Aceito que os cartazes são necessários mas não concordo que após a colocação do papelinho na urna o concelho continue conspurcado com essa propaganda, que já tendo cumprido o seu propósito é agora apenas… Lixo eleitoral. Embora sem mandato para tal, considerem-me mandatado para falar em nome dos munícipes indignados com este comportamento e oiçam o que vos digo: «Tirem lá esses cartazes todos. JÁ!»

 

Com estas novas eleições há um vereador socialista que não é reconduzido na cadeira do poder. Antes de ser o número dois nos Paços do Concelho foi presidente da empresa municipal que gere a Malaposta, a Piscina, o Multiusos e mais umas coisitas. Agora que já não é vereador possivelmente cumprirá o famoso ditado «O bom filho à casa torna», embora cá o Finório não perceba bem se é filho, pai, tio ou outra qualquer definição familiar.

Se tal acontecer o que acontecerá ao Dr. Rui Nascimento que em 2009 foi considerado o “Salvador da Pátria” e o “Tapador de buracos do reino”? O Finório não sabe mas sabe que Odivelas é uma terra de bons corações e, como tal, alguma coisita se irá arranjar.

O Finório não é de intrigas, vossemecês sabem isso muito bem mas apetece-me dizer que quem vai respirar de alívio são os trabalhadores da empresa, se calhar até aqueles que constam dos mapas de pessoal mas nunca sentaram o sítio onde as costas mudam de nome nas cadeirinhas da empresa. Pois é leitores, leitoras e assim-assim, se ainda não tinha dado por isso há por ai uns cartazes de rua (não gosto de dizer outdoors) que gritam bem alto que «Odivelas é terra de oportunidades». Mas eu subscrevo… Afinal até um ex-contrabandista de marmelos reformado pode ser cronista num jornal de referência. Se estivesse numa sala de chat seria apropriado dizer: LOL. Aqui não sei o que se diria mas prometo que vou aprender.

 

Ainda hoje não dei parabéns a ninguém e como adoro fazer isso então cá vai. Esta quarta-feira o senhor diretor do melhor jornal do concelho de Odivelas e arredores fez aninhos. Claro que por esse facto, e também pela coragem de se meter nesta aventura jornalística o homem merece os parabéns cá da malta toda de Odivelas. Não será assim? Claro que é e por isso aqui ficam os «Parabéns a você, nesta data querida, muitas felicidades e muitos anos de vida».

 

Há dias fui ouvir uns fadunchos. Sempre gostei e então agora com o carimbo oficial da Unesco de Património Imaterial da Humanidade, ainda mais fino é fechar os olhos, fazer silêncio e ouvir a guitarra a chorar baixinho, a viola a gemer condoída e a voz maviosa do(a) fadista a apelar aos mais nobres sentimentos dos comuns mortais ouvidores de fado.

E foi enquanto ouvia o Fado do Samaritano que uma voz me disse ao ouvido «Sabe seu Zé, o senhor Vítor foi lá à escola e disse que queriam acabar com a escola de fado mas que ele ia ficar na assembleia e ia defender a escola com unhas e dentes». Eh pá até as lágrimas me vieram aos olhos. Então em quatro anos as coisas foram como foram e detinha o poder e agora parte para a luta. Sim senhor é de homem. Mas cá o Zé acha que não é preciso fazer muita coisa para acabar com os problemas. Se calhar bastava acabar com uma avença. Sim eu sei que me vão acusar de má-língua mas paciência. Ossos deste ofício.

 

E já que falamos da freguesia de Odivelas falemos também da tomada de posse. Acreditem que o Zé adorou ver o Polivalente a abarrotar pelas costuras. Até pensei «Finalmente os fregueses perceberam a importância da assembleia de freguesia e vieram em peso». Pois é o Finório também se engana. Um olhar mais atento e perspicaz revelou que poucos odivelenses lá estariam, os aparelhos partidários é que assentaram arraiais no pavilhão. Compreende-se era o primeiro ato de posse e estavam todos curiosos por saber para que lado se iria acordar.

Desde que me pus a escrever crónicas que estou quase doutorado nestas coisas e percebi logo, embora fosse muito difícil, que o acordo tinha tons rosa alaranjados porque dois eleitos do PSD foram para o executivo e mais um para a junta de freguesia. Mas se eu não tivesse percebido a coisa rapidamente seria esclarecido pelo eleito António Pedro, da CDU que disse só terem sido convidados para negociações para compor o ramalhete mas que não eram bibelots. Eh pá com uma barba daquelas acho que descompunha mas era o ramalhete.

 

David Viegas partiu mas nem na hora da despedida teve mais encanto como tem Coimbra. Tal como tinha feito no mandato também na saída se saiu com uma das suas. «Quero deixar uma última palavra aos novos eleitos» Última? Então não era a primeira vez que se lhes dirigia? Pois. Mas parece ao Finório que as coisas não vão mudar muito por ali embora mande a experiência que dê o benefício da dúvida ao jovem novo presidente da mesa. As engasgadelas podem ter sido apenas do nervoso da primeira vez. Sim que eu na minha primeira vez também estava tão nervoso que me engasguei umas poucas de vezes.

 

No teto do polivalente uma cassete do ar condicionado pingava. Será um prenúncio de que por ali se vai meter água? Fica a pergunta sem resposta. Para o ano eu respondo. Tá bem?

 

Este ato se posse foi muito gambuzinador e deu-me matéria para meia dúzia de crónicas mas como o papel chegou ao fim tenho de findar também assim as minhas discorrências deste ato.

 

Volto para a semana… Ou não!

 

Agora, vou caçar gambuzinos.

 

Gambuzino ao saco… Gambuzino ao saco…