Quando se fala em adoção em Portugal logo se associa ao processo moroso que implica. A adoção de uma criança envolve uma conscienciosa avaliação da vontade, capacidades e competências parentais dos futuros pais. A adoção é um processo que acarreta acima de tudo a vida de uma criança pelo que deve ser uma decisão planeada, pensada e amadurecida.

Em Portugal, um casal pode adotar uma criança a partir dos 25 anos de idade se estiver unido pelo matrimónio ou em união de facto há pelo menos quatro anos. Relativamente a indivíduos solteiros podem fazê-lo a partir dos 30 anos, no entanto a partir dos 50 anos é necessário garantir que a diferença entre a idade do individuo e a criança não é maior que 50 anos.

Para ingressar a Lista Nacional de Espera é necessário submeter uma candidatura à Segurança Social ou à Santa Casa da Misericórdia (caso se processe em Lisboa), a sua aprovação ou não, leva um período 6 meses.

Durante os mesmos os candidatos participam em sessões informativas e formações, e são avaliados a nível psicossocial através de entrevistas. Após uma análise detalhada dos elementos recolhidos a candidatura é ou não aprovada.

Quando surge uma criança com as características indicadas aos candidatos, estes têm acesso à história de vida da criança, sendo-lhes dado tempo dereflexão antes da resposta final se querem ou não prosseguir com a adoção.

Em caso de resposta afirmativa, procede-se à apresentação dos candidatos à criança, o que está inerente a vários fatores, pelo que pode ser necessário uma aproximação gradual e morosa. Quando a criança finalmente integra a casa dos candidatos fica em Pré-Adoção por 6 meses para avaliação, sendo que após os mesmos e mediante avaliação positiva pode requerer Adoção Plena no Tribunal de Família e Menores.

A maioria dos casais procura uma criança que apresente parecenças físicas a si e em idade tenra, pelo que os bebés são os mais procurados. Uma criança com 10 anos vê portanto, as suas esperanças diminuídas no que toca à adoção. É de referir que para uma criança institucionalizada, a adoção é a realização de um sonho. Por melhores condições que uma instituição de acolhimento possa reunir a carência de afeto, atenção e das figuras paternais é algo importante na vida de uma criança, sendo mesmo uma condicionante no seu futuro.

Dar a uma criança um lar e garantir um futuro onde o afeto e as condições básicas não falte é acima de tudo um gesto de solidariedade, com garantia vitalícia de gratidão.