Metropolitano de Lisboa chegou a Odivelas

No dia 27 de março de 2004 foi feita a viagem inaugural do Metro entre as estações de Odivelas e do Rato, evento que mudou certamente as condições de mobilidade e de acesso no concelho de Odivelas. Na altura, Manuel Varges era presidente eleito da Câmara Municipal de Odivelas, depois de ter presidido também à Comissão Instaladora do Munícipio de Odivelas. O Odivelas Notícias pediu a Manuel Varges que lembrasse os passos que levaram a que o Metro viesse a Odivelas.

Quando o município de Odivelas foi criado, em Novembro de 1998, a Ramada, a Póvoa de Santo Adrião e a cidade de Odivelas constituiam-se como periferia da Grande Lisboa, e mesmo do Município de Loures, estando-lhe reservado um papel de dormitório, sem vida nem actividade que fixasem as pessoas às suas freguesias e sem o mínimo de qualidade no que toca às suas acessibilidades.
Então, ao nível da mobilidade, quando se entrava ou saía da Calçada de Carriche, em horas de ponta era um autêmtico Inferno: Quando em 1981 compei casa em Odivelas, chegava a demorar uma hora e quarenta e cinco minutos para chegar e outros tantos para regressar a Lisboa, onde nós trabalhávamos, e os nossos filhos estudavam. Não havia CRIL, não havia CREL, não havia o Eixo Norte-Sul, e, mais importante faltava um meio de transporte rápido como o Metro. Foi assim que nas eleições Autárquicas para 1993, em que integrei a lista liderada por António Costa à Câmara Municipal de Loures pelo Partido Socialista, para dar maior ênfase ao problema nasceu, como tema da nossa campanha, a rábula de uma corrida, em hora de ponta, em plena Calçada de Carriche, entre um burro e um Ferrari que foi tema da televisão, dos jornais nacionais, e ultrapassou mesmo fronteiras.
António Costa com o António Manuel a conduzir, subiam a calçada, em hora de ponta, num Ferrari, e eu e o Carlos Teixeira íamos de burro. Claro que no final o burro ganhou a corrida ao Ferrari e demonstrou-se que, em caso de uma ida urgente a um Hospital Central de Cisboa, ter de subir a Calçada de Carriche, à data, era um drama, e aí nasceu a proposta da vinda do Metro a Odivelas.
Por isso, as acessibilidades continuaram a ser uma das nossas preocupações para vencer o nosso isolamento, deixarmos de ser um município periférico e dormitório para fixarmos aqui gente e atividades. Era Jorge Coelho então Ministro das Obras Públicas e Transportes, e veio a Odivelas dar respostas às nossas pretensões, e ouvir outras necessidades que eram da responsabilidade do novo Município:
A vinda do Metro a Odivelas;
O Nó da Ramada que desse razão às queixas de quem vinha de Lisboa e esperava longas filas para ir para a Ramada e para Odivelas;
A conclusão do Nó das Patameiras com acesso à CRIL; num viaduto que tinha ficado por acabar, anos a fio pela Câmara d Loures;
O anel viário que permite hoje a entrada Sul em Odivelas para quem vem do túnel do Grilo na CRIL ou da Auto-Estrada nº.8 e entra já pela Rotunda do Senhor Roubado;
A ligação do I. C. 22 ao Casal do Monte, Póvoa de Santo Adrião, Santo António de Cavaleiros e Loures e ao hoje Hospital Beatriz Ângelo;
A Rotunda da Heróis de Chaimite que era, à data, dos pontos mais negros da nossa sinistralidade;
A Rotunda da Abreu Lopes junto à Caixa Geral de Depósitos;
A Rotunda junto ao Bingo de Odivelas e a reformulação viária junto ao cemitério de Odivelas e do Centro Comercial, hoje Strada Outlet;
Acabar, à entrada de Odivelas, de quem vinha da Calçada de Carriche, junto ao Senhor Roubado, com os Ferro-velho, que veio a acontecer no âmbito das obras da vinda do Metro a Odivelas, e que permitiu reformular a Rotunda do Senhor Roubado e retirar de lá as casas clandestinas e os Ferro-velho;
Terminar com o estado lastimável da Estrada 250 e 250-2 que ligava Odivelas a Caneças. Hoje vê-se já a diferença do estado e da largura do seu piso, para quem ainda tem disso memória;
A nova entrada, em Rotunda, na E.N. 250, para quem vinha do entretanto construído Nó da Ramada, ou vinha e seguia para Caneças, criando-se ali um autêntico pandemónio;
A Rotunda no cruzamento da Paiã, hoje Rotunda dos Bombeiros, que acabou ali com um outro ponto negro da nossa sinistralidade;
A nova Rotunda junto ao Aires, quem vai para Caneças pela EN250;
Todas estas Obras foram concluídas antes de Março de 2004.Para 2005/2006 estava agendada já início e a conclusão da Rotunda no final da Abreu Lopes para dar acesso à nova Urbanização das Colinas do Cruzeiro, Centro de Odivelas e Caneças.
O Primeiro-Ministro, António Guterres, o Ministro Jorge Coelho e o então Secretário de Estado. Guilhermino Rodrigues, e a Administração do Metro, anunciaram oficialmente em 2000, a extensão da Rede do Metro a Odivelas vindo dar respostas às nossa pretensõs, e ouvir algumas das outras que eram da responsabilidade do município, que se propunha conclui-las, em tempo útil.

Manuel Porfirio Varges

o ferrari e o burro

A garantia do Governo de que o Metro viria a Odivelas