A pergunta tornou-se célebre na voz do jornalista e escritor Baptista Bastos quando, em 1999, realizou uma série de entrevistas em que colocava precisamente esta questão aos convidados. 

Foi este o mote para a exposição e debate realizado, na quinta-feira 15 de maio, no Instituto de Ciências Educativas em Odivelas, no qual participou o Chefe de Gabinete da Presidência, José Esteves, em representação da Presidente Susana Amador

Este debate foi promovido no âmbito da atividade letiva dos alunos do 6º, 9º e 12ºs anos daquele estabelecimento de ensino, que foram desafiados na disciplina de História a perguntar aos avós e outros familiares onde se encontravam neste dia histórico. As  respostas serviram de inspiração para um debate com Otelo Saraiva de Carvalho, José Esteves e José Infante no auditório do Campus Educativo da Pedago, com a participação dos alunos do Instituto de Ciências Educativas e os alunos da Universidade Sénior de Odivelas. Este debate dignificou ainda mais o concelho de Odivelas que serviu de base para o maior acontecimento da história portuguesa da segunda metade do século XX.

No uso da palavra, José Esteves destacou a importância das comemorações do 25 de Abril, este ano, de especial importância, assinalando o 40º aniversário da Revolução. «Data que merece a reflexão que se impõe, no contexto atual de crise e retrocessos nas liberdades e direitos, hoje a Câmara Municipal de Odivelas não podia deixar de estar presente, porque, consideramos Odivelas o berço da Revolução e o berço da Liberdade, dado que foi a partir do Concelho de Odivelas, do Regimento de Engenharia n.º 1 da Pontinha, que a Revolução de 25 de Abril de 1974 foi comandada».

Otelo Saraiva de Carvalho em hora e meia conseguiu brilhantemente dar uma verdadeira aula de história para o auditório.«Onde é que você estava no 25 de Abril? Vocês já sabem onde é que eu estava. Cheguei ao regimento de Engenharia 1, às 21h:30 de dia 24 de abril, estive vinte e quatro horas acordado, sem perder um único minuto da revolução. Nesse período comi uma bifana e bebi uma cerveja.

Naquela madrugada de Quinta-Feira, 25 de abril de 1974, a noite estava calma e o meu feeling ia crescendo em conforme otimismo à medida que alguns dados e sinais iam sendo conhecidos, primeiro a senha na Rádio Renascença, depois nos Emissores Associados de Lisboa. Seguiram-se as tomadas do Quartel-general e da RTP e as conquistas do Terreiro do Paço, a revolução estava em marcha e não podia parar. Era o momento de ir buscar o Coelho que estava na toca (código para identificar Marcelo Caetano que estava no quartel do Carmo)». Termina dizendo que «O 25 de abril significou a liberdade e quem viveu o antes e depois, só podia estar feliz».

Seguiu-se a atuação de alguns alunos que cantaram as músicas que deram origem às senhas da revolução:

E depois do Adeus de Paulo de Carvalho e Grândola Vila Morena de Zeca Afonso e a declamação de alguns poemas.

Finalizou-se a iniciativa com a plantação de um Carvalho nos jardins do ao Instituto de Ciências Educativas, registando assim mais um momento importante da Pedago e do Concelho de Odivelas.

Presente neste evento esteve também a adjunta Célia Croca, em representação da Vereadora da Educação Fernanda Franchi.

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