Portugal foi um dos primeiros países da Europa e do mundo a abolir a pena de morte que outrora vigorava, sendo que a última execução remonta de 1846, embora saibamos que durante a ditadura salazarista a PIDE executou vários ativistas ou capturados de guerra de forma deliberada ou como consequência dos métodos de tortura utilizados. No entanto por conveniência, estas execuções não são contabilizadas. Caíram inclusivamente no esquecimento, não sendo de todo associadas à pena de morte, embora tenham sido executadas como punição. Em muitos casos, por crimes nem sequer cometidos, em muitos casos pela ousadia da liberdade de expressão contra o governo.

A pena de morte ou pena capital, como também é denominada, ainda se encontra em vigor em alguns estados dos Estados Unidos da América, na Guatemala, no Caribe, na Ásia e África. Normalmente nestes países, é a sentença para casos de homicídio, violação, adultério, homossexualidade, corrupção política e negligência para com os padrões religiosos.

Esta sentença apresenta-se assim como um ato inerente à justiça com vinculo na Lei, para punição a um determinado crime. A execução em si depende das regras processuais do país que a aplica, podendo deste modo ser efetuada de várias formas, como sejam: Asfixia; Fogueira; Crucificação; Morte por mil cortes; Decapitação; Desmembramento; Eletrocussão numa cadeira elétrica; Guilhotina; Câmara de gás; Forca; Empalamento; Injeção letal e Lapidação, entre outros. Ao longo dos anos, alguns métodos foram sendo substituídos por outros mais eficazes e menos dolorosos.

Apesar de haver diversos crimes, que por si só geram revolta e ânsia por justiça, onde nós enquanto cidadãos nos sentimos de tal forma repugnados que faríamos justiça com as próprias mãos, a verdade é que a pena de morte é, na minha visão, uma pena leve para o crime cometido. Tenhamos como exemplo a violação de um bebé, seria a pena de morte a punição correta? Tendo em conta que os métodos utilizados atualmente são os menos dolorosos, seria o castigo suficiente? A minha perspetiva debruça-se mais para a “tortura” diária, por forma a chegar ao arrependimento e penar pelo crime cometido. Ao darmos uma injeção letal tudo termina rápido e indolor. Ao castigarmos com trabalhos comunitários pesados, com isolamento, e com a prisão perpétua não estaríamos ai a obter uma justiça mais ajustada (passo a redundância)?

Na realidade não há perdão para determinados crimes, nem há sofrimento punitivo que faça justiça aos mesmos. Mas com toda a certeza que a morte será apenas o desligar de um interruptor e não o curto-circuito que desejamos.