Torna-se cada dia mais comum ouvir que a juventude está perdida. De facto os jovens de hoje são educados dentro de moldes muito diferentes dos de outrora. A autoridade, respeito e a liberdade com que eram criados os jovens há cerca de 30 ou 40 anos atrás difere em demasia da forma como são criados os jovens de agora. A partir do momento em que valores fundamentais são quebrados no seio familiar e na educação de um menor, passamos inevitavelmente a contribuir (embora não sempre) para o aumento de práticas delinquentes.
Quando falamos em delinquência juvenil, referimo-nos a atos de cariz criminoso praticados por menores de idade. Isto engloba uma panóplia de crimes que podem ser cometidos, onde a sua penalização varia de país para país. É cada vez mais comum vermos jovens envolvidos em situações de roubo ou furto; tráfico de droga; bullying ou outro tipo de violência na escola; distúrbios na rua ou vandalismo.
Dado que um menor de idade não pode ser julgado como um adulto, em Portugal a chamada maioridade penal surge aos 21 anos, sendo que abaixo dos 16 anos o jovem é considerado inimputável. Assume-se portanto que o jovem que praticou determinado ato criminoso não tem real consciência do ato perpetrado. Deste modo, o jovem fica sujeito a punições mais ligeiras, como advertências, trabalho social, acompanhamento psicológico ou social, ou internamento em instituições como Centros Educativos. Entre os 16 e os 21 anos, os jovens são no entanto sujeitos a um Regime Penal Especial.
Os Centros Educativos vieram substituir os antigos Reformatórios ou Casas de Correcção como outrora eram denominadas. Têm como intuito incutir no jovem novos valores e regras para que possam “corrigir” a sua postura a tempo de se tornarem adultos responsáveis e cidadãos com princípios.
Em muitos casos a passagem por este local permite ao jovem uma reflexão sobre o seu comportamento e uma análise sobre o mundo fora daquilo que antes conhecia, noutros casos pode criar no jovem um sentimento de revolta cada vez maior e surtir o efeito contrário. A verdade é que a transformação pela qual os jovens passam na adolescência já é por si uma experiência conturbada e com muitas dúvidas e questões, tornando-se imperativo um acompanhamento saudável para que o seu desenvolvimento enquanto adulto também o seja. E isso começa dentro do lar, com o apoio dos pais sendo dada continuidade na escola.