Em nota de imprensa enviada ao Odivelas Notícias a propósito do Dia Mundial do Ambiente, CDU de Odivelas sublinha que «A defesa do ambiente é indissociável de uma política municipal integrada, nas suas diferentes esferas de atuação: o saneamento básico, o abastecimento de água, a recolha dos resíduos sólidos, os espaços verdes, linhas de água, ruído e poluição, passando naturalmente pela preservação do património natural e por um urbanismo equilibrado que contribua para melhores condições e qualidade de vida para a população do Concelho».
Na nota a CDU lembra que nos órgãos autárquicos do Município de Odivelas e fora deles tem dado prioridade às questões do ambiente com a apresentação de propostas em vários domínios: «A anulação da decisão de privatização da água e da recolha dos resíduos sólidos urbanos, por parte dos órgãos municipais e a adoção de medidas tendentes
a garantir uma gestão partilhada entre os Municípios de Odivelas e Loures deste importante serviço público; A adoção de medidas no plano municipal que visem assegurar uma eficaz limpeza do espaço urbano, pondo fim à falta de limpeza das ruas, das linhas de água e dos rios, à degradação das zonas verdes (ou à falta delas) e de parques infantis; a resolução do problema do amianto nas escolas» tendo mesmo promovido um debate sobre este último tema.
A nota refere também que a CDU valoriza o facto de ter sido possível proceder à anulação do processo de privatização da água e dos resíduos sólidos na reunião de Câmara Municipal de Odivelas do passado dia 21 de Maio, na sequência do Acordo firmado, a 7 de Abril, entre os Municípios de Loures e de Odivelas para a constituição de um Serviço Intermunicipal de Água e Saneamento, que irá assegurar a gestão pública destes serviços fundamentais à defesa do ambiente e da qualidade de vida das populações.
«A vitória da CDU em Loures, assumindo a Presidência da Câmara Municipal, teve reflexos positivos para o concelho de Odivelas: foram criadas condições para assegurar o diálogo com vista a uma solução partilhada com a Câmara Municipal de Odivelas de defesa da gestão pública da água, saneamento e recolha de resíduos sólidos e na defesa dos postos de trabalho dos trabalhadores dos SMAS que intervêm no concelho de Odivelas».
A nota refere também que «Existe descontentamento da população relativamente à persistência de falta de limpeza das ruas e das linhas de água, degradação de espaços verdes em ruas e bairros de Odivelas e da Pontinha. A verdade é que nesta área, como noutras neste concelho, se registam as consequências de uma gestão autárquica do PS/PSD, a partir das Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal que, ao longo de anos, não tomaram as medidas adequadas para garantir uma efetiva melhoria da qualidade de vida, aferida, designadamente, pela qualidade do serviço de limpeza e de manutenção das zonas verdes».
Para a CDU «As justificações recorrentemente apresentadas de falta de meios financeiros resultantes dos cortes nas transferências do Orçamento de Estado para o Município de Odivelas, sendo verdadeiras e causando prejuízos à intervenção municipal, não podem funcionar como justificação para o acumular de erros passados e presentes nestes domínios e pela inexistência de uma politica municipal integrada e coerente nos seus diversos domínios».
A nota sublinha que «A população tem direito a viver, trabalhar e estudar num concelho onde seja assegurada a adequada limpeza do espaço público, criação e manutenção de zonas verdes e parques infantis, onde a defesa do ambiente signifique muito mais do que uma bandeira propagandística, o que para a CDU exige a urgência de se fazer mais e melhor no plano municipal.
«Acresce a importância de ser dado corpo a uma intervenção que vise elevar a sensibilização e educação ambiental, contínua, coerente e estruturada do conjunto da população, bem como a necessidade de desmantelamento das linhas de muito alta tensão e sua substituição por cabos subterrâneos em várias zonas urbanizadas do Concelho, a
despoluição das linhas de água e requalificação dos rios e ribeiras em meio urbanos, quer por intervenção municipal, quer proactivamente junto dos operadores e entidades públicas com a tutela, como a REN ou a Agência do Ambiente. Estes são aspetos que têm de fazer parte da agenda pública de curto prazo», defende a CDU.
A nota termina com uma referência à decisão governamental de privatizar a Empresa Geral do Fomento (EGF), – a sub-holding do Grupo Águas de Portugal para o setor dos resíduos. «Esta privatização terá consequências desastrosas para o país e para a economia nacional que perderá o controlo de um setor estratégico; para os municípios, cujo papel ficará significativamente reduzido, além da pressão que advirá no sentido da liquidação dos sistemas; para os trabalhadores, porque põe em causa os seus postos de trabalho e os seus direitos; para as populações, que passam a ter um serviço que lhes é prestado por uma empresa privada, que visa o máximo lucro através do aumento dos montantes das taxas, penalizando ainda mais o fraco rendimento das famílias; para o ambiente, abrindo caminho a um recuo dos níveis de qualidade alcançada».