Atualmente fala-se tanto em pedofilia que o próprio nome adquiriu uma conotação pesada e asquerosa, bem digna da repulsa do seu ato em si.

A pedofilia é uma perversão sexual proveniente de uma desordem mental e de personalidade do indivíduo que a pratica. É um crime assumido mundialmente, que anda de braço dado com a pornografia infantil.

Apesar de existirem outras perversões sexuais, inseridas no que denominamos de parafilias, grupo onde se incluem todas as formas de perversão sexuais conhecidas, a pedofilia torna-se uma das mais repulsivas e conhecidas.

Talvez pelo facto de envolver crianças por vezes completamente ingénuas e alheias ao que se passa. Talvez por reter mais atenção mediática. Mas principalmente por ser necessário lançar o alerta de proteção às crianças.

A criança não reconhece o estímulo sexual nem se guia pelas questões de ética ou moral para identificar uma situação de abuso. O que normalmente acontece, quando a criança é abusada ainda muito nova, é que cresce a considerar todos esses atos como normais. Por vezes só tem conhecimento de que não é certo, quando partilha essa experiência com terceiros. Embora seja de realçar que frases como “é o nosso segredo” ou “temos algo especial entre nós”, são o suficiente para silenciar uma criança. Principalmente quando a pedofilia se cruza com o incesto. Refiro-me portanto, ao abuso sexual de um pai ou mãe sobre um filho, ou de um irmão sobre o outro.

Quando a criança tem idade para perceber ou simplesmente reconhece o ato de abuso como errado, emite sinais não só físicos, que o permitem identificar.

A perda de confiança, a vergonha, a baixa autoestima, os distúrbios alimentares, os problemas escolares, a ansiedade e a depressão, podem ser indicativos de que a criança está a ser abusada. Embora seja de referir que este abuso inclui todo o tipo de fantasias, comportamentos sexuais ou eróticos e não se restringe apenas à atividade sexual propriamente dita.

A pedofilia pode causar algum sofrimento ao indivíduo que a pratica caso este tenha consciência da sua compulsão, mas causa danos irreparáveis nas crianças abusadas. Muitas crianças não chegam a recuperar dos danos psicológicos ou do trauma causado. E em especial os rapazes são mais propensos do que as raparigas a repetir o comportamento abusivo em idade adulta.

Embora a pedofilia não seja algo recente, é algo que veio a público com casos mediáticos como exemplo é o da Casa Pia, que reforçou o alerta para a pedofilia em meio institucional ou familiar. É portanto, dever dos pais e profissionais da infância (professores e médicos) redobrar a atenção aos comportamentos das crianças e atuar de forma preventiva.