Eh Pá não me digam nada, por favor. Estou mesmo piurso ou seja, em linguagem mais compreensível pelo cidadão comum, pior que Urso, mesmo muito pior que aquele que a lenda diz ter atacado D. Dinis e que por isso El Rei terá mandado construir o Mosteiro, que foi convento, hoje é Instituto de Odivelas e amanhã não sabemos bem o que vai ser se as meninas de Odivelas se transformarem em meninas da Luz. Mas, apesar de estar pior que esse tal Urso não vou com certeza ter honras de figurar no Brasão Municipal como o dito cujo animal peludo que agora também repousa, figurativamente, nos Paços do Concelho, no Salão Nobre, dominado pelo pé pesado de El Rei poeta.

 

Certamente que vossemecês já estarão a interrogar-se, e com razão, diz o Zé, sobre que coisa de tamanha gravidade terá acontecido para me colocar neste estado animalesco e ursivero. Um amigo meu jornalista disse-me que esta quarta-feira a reunião de câmara, onde ia ser discutido quem ficaria com emprego na vereação e quem teria de continuar pelas suas habituais ocupações, era pública e portanto cá o Zé podia assistir e ficar a saber logo que é que passaria a andar de Audi 80 ou de Citroen Xantia. É pá fizeram bem em alertar-me. O Zé estava a laborar em erro, afinal, pelo menos no mandato anterior, os vereadores sem pelouros e na oposição também tiveram direito a popó. É pá vocês estão mesmo atentos sim senhor. O Zé corrige. Só tiveram popó os vereadores coligados de branco e azul. Os que punham as pessoas primeiro parece que continuaram a andar nos carritos deles. Mas também parece que foram os senhores que não quiseram. Claro. Então o senhor jornalista criminal e comentador televisivo iria trocar o seu Mercedes por um Audi a cair de maduro?

 

Mas, voltemos ao cerne da coisa. Não perceberam? Cerne é o centro do bom pinho e portante podemos dizer aqui que também é o centro da coisa, ou seja, o cerne da questão. Entenderam? Não? Tá bem pronto vão à Internet e procurem no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. O Zé ajuda… Se lá forem ficam a saber que a palavra é de origem duvidosa e afinal não se refere ao centro do pinho mas também de outras madeiras e mais qualquer coisinha. Tá bem pá, eu transcrevo: substantivo masculino (tinha de ser, claro – Nota do Zé).

Parte interior e mais dura do tronco das árvores. = DURAME, DURÂMEN. Parte de um tronco submerso que fica fora da água. No Brasil, que parece que fala português, é a parte intacta da madeira queimada. No sentido figurado quer dizer rijeza.

Já perceberam que afinal meti água e não vou voltar ao cerne da coisa mas sim ao âmago da questão. É pá esta língua portuguesa dá cá uma trabalheira.

 

Pois afinal a reunião não era pública tinha-se tratado de um lapso. Mas cá o Zé não tem nada a ver com isso. Claro que fiquei chateado, afinal falaram mas o que disseram estava mal dito. Mas a minha chateação foi pacífica e não me apeteceu dar um murro na cabeça de ninguém. Que querem nasci pacífico com o oceano que tem 180 milhões de km², e cobre quase um terço da superfície do planeta.

 

E, uma vez que já expliquei o meu estado piurço  mudemos de agulha e falemos de outras coisas. Depois de ter assistido à tomada de posse dos senhores autarcas de Odivelas eleitos para os próximos quatro anos, se tudo correr bem, tomei-lhe o gosto e não perdi pitada da coisa. Minto. Perdi a da Ramada porque se lembraram de fazer Ramada e Pontinha ao mesmo tempo.

 

Na Póvoa de Santo Adrião adorei ver de novo casa cheia. Tão cheia que até a rua serviu para estar. Foi sorte. Se tivesse um dia como aquele que está hoje (quarta-feira) à hora que escrevo. Não chovem canivetes mas olhem que a água molha mesmo. Até entupiu para aqui tudo e algumas rotundas quase que eram navegáveis. Fiquei a saber que por ali não havia alianças ou acordos para ninguém. Afinal o PS tinha maioria absoluta, segundo os entendidos devido à obra feita pelo senhor presidente Breia. Mas algumas línguas mais viperinas disseram ao Zé que a maioria absoluta foi conseguida nas mesas do Olival Basto e por ali quem trabalhou foram aqueles que, segundo as más-línguas e não segundo o Zé,  levaram um valente pontapé naquele sitio que serve para sentar nas cadeirinhas do poder, ou noutras menos importantes e até nas bancadas de cimento dos campos de futebol dos clubes de bairro.

Mas adorei ir à Póvoa. Até ouvir dizer que os eleitores não iriam ficar desfraldados. Não perceberam? Pois eu também levei tempo a perceber que o senhor eleito queria dizer defraudados. Há e também adorei ver uma senhora eleita da Ramada a fazer “ferro-velho” na Póvoa contra o senhor presidente Breia que muito calmo leu a lei e provou que tinha razão. Ah pois Odivelas é terra de oportunidades, ou ainda não sabiam.

 

Já disse que não fui à Ramada e por isso não gabuzinei nada pela freguesia do Rambo Barbudo que depois de um período imigrado pela Quinta da Memória regressou ao território que bem conhece de armas e bagagens… Ou não!

Mas como o Zé conhece muita gente alguém me veio dizer que por lá os senhores autarcas nem conhecem a comunicação social local. Ou se conhecem é pior ainda porque a ignoram. Ora toma lá…

 

Pois é, amigos. Ainda falta a Pontinha e os órgãos municipais, mas que querem o jornal impresso não dá pano para mangas e portanto temos de deixar de ganbuzinar por hoje com a promessa de que para a semana falo nisso. E como não sou político contém com isso na próxima quinta-feira, que até é véspera de feriado de finados ou na América de Halloween ou nas más línguas dia das bruxas ou, quiçá, dos políticos.

Eh tive a ver melhor e ainda tenho para aqui uma linhazitas, que não dão para falar do resto das tomadas de posse mas dão para dizer que na quinta-feira passada fui ao Teatro da Malaposta e que até sujei as calcinhas de tanto rir, porque por aqui não posso usar aqui a palavra verdadeira. É verdade. O Fábio Carvalho e o Eduardo Ramos percebem mesmo da poda. Um texto aparentemente mórbido, porque falava da morte da mãe do filho e da mulher do marido, afinal resultou num festival de gargalhadas. Cá o Finório só de olhar para as caras deles ria-se que nem um palerma, que até nem sou, não duvidem. Tá bem?

Senhor Diretor Manel com apelido de personagem de filme da Disney, por favor arranje lá uns buraquinhos para novos espetáculos desta dupla, porque apenas cinco espetáculos souberam muito… a pouco!

E pronto, agora é que vou mesmo. Os gambuzinos já mandaram SMS a reclamar que eu não lhe dou atenção.

Vou aos gambuzinos!

Gambuzino ao saco… Gambuzino ao saco…