Cá estou eu, perante os meus leitores, leitoras e assim-assim, de orelha murcha e queixo caído, revelando uma frustração do tamanho da Légua da Póvoa, ao quadrado. É verdade, há umas crónicas atrás ufanei-me todo com as capacidades tecnológicas ao dispor da minha amiga Penélope Garcia, do FBI dos United States Of América e disse que um dia destes publicaria o vídeo do encontro de José Esteves e Carlos Bodião num restaurante em Caneças, revelando, pensava eu, os motivos de tal reunião. Enganei-me, afinal não consegui vídeo nenhum. Parece que para os lados de Odivelas a contra informação dispõe de tecnologia superior à do FBI. Mas como o que tem de ser tem muita força vamos todos, eu e os meus leitores, ficar sem saber os acordos e desacordos que dali saíram. Mas como na minha qualidade de cronista posso especular então cá vai… Será que o senhor doutor professor vai seguir os caminhos do senhor enfermeiro? Pois… Prometo que se algum dia vier a saber eu torno-me músico de orquestra sinfónica e coloco logo a minha boca no trombone. Vá lá, não tenham mentes contaminadas que eu explico: «O trombone é um aerofone da família dos metais. É mais grave que o trompete e mais agudo que a tuba».  Perceberam?

 

Sempre adorei estórias mal contadas. Sinceramente deliro e fico tão excitado com isso como quando, em tempos que já lá vão, via a minha Etelvina em lingerie concept by Intimnissimi. A minha imaginação voa e quase que faço um argumento digno de ser levado à cena por Francis Ford Coppola. De certeza que ganharia outro óscar para juntar aos cinco que conquistou nas 14 vezes em que foi nomeado para a estatueta mais cobiçada no mundo do celulóide. Sim, eu sei que o celulóide já se finou e hoje é tudo digital. Eh pá, vossemecês estão sempre a ver se me apanham em falso. São mesmo lixados.

 

De que estava eu a falar? Ah já sei, das histórias mal contadas. Então lá para o sítio das muitas oliveiras que já deixou de ser freguesia para voltar às entranhas da mãe Póvoa, alegadamente, um senhor bem visto pela vizinhança e com o ar mais simpático do mundo, terá sequestrado duas jovens senhoras e até as obrigado a fazer coisas de que elas não gostariam. Eh pá, se o homem é sequestrador, então deve ser muito liberal e democrático para levar as senhoras a passear sem trela e não lhes tirar o telemóvel. Se calhar devia participar num workshop de uma máfia russa ou mexicana, que eles sabem bem como se fazem essas coisas dos sequestros, e aprender alguma coisa.

 

Bom parece que o senhor doutor juiz de instrução criminal de Loures também gosta de estórias mal contadas e vai daí não prendeu o senhor e mandou-o para casa transformado em camião de mercadorias. Não, não me enganei. Tenho a certeza que disseram que a medida de coação foi TIR. Então TIR não quer dizer Transportes Internacionais Rodoviários? Não? Então expliquem lá. Ah pronto já podiam ter dito, Termo de Identidade e Residência. Pois… Eu sempre achei que esta coisa de falar por iniciais não era boa ideia. Ou falam claro ou põem glossário. Ok?

 

Continuando com a estória mal contada… A PSP encontrou na casa do senhor 200 gramas de haxixe. O senhor doutor advogado de defesa disse que não senhor, que o homem não era traficante, que aquela erva toda era apenas para consumo próprio. Homem precavido. Se calhar teve medo da inflação e resolveu abastecer-se logo para muito tempo.

 

Como hoje estou muito de casos de polícia, talvez porque ando a ver muito o doutor Hernâni Carvalho, a quem aproveito para enviar os meus sinceros parabéns por ser como é, porque é bom ver alguém que tem negros e elevados atributos de virilidade e coragem suficiente para enfrentar os poderes instituídos. Não o conheço senhor doutor mas gostava de o conhecer para lhe dar um daqueles bacalhaus rijos, á homem, como se fazia no tempo em que eu tinha a sua idade. Mas, dizia eu, como estou muito de casos de polícia, vou falar de mais uma que soube esta semana. Parece que no estacionamento do Metro da Pontinha um fulano foi preso quando tentava violar uma jovem. Como já era repetente e nas duas semanas anteriores tinha feito a mesma coisa a polícia andava à coca (não confundir com substâncias narcóticas) e filou-o em flagrante. É pá então para além de violador ainda é burro. Nunca ouviu o sábio e conhecido ditado popular que garante que «O cântaro tanta vez vai à fonte que um dia lá fica a asa»?

 

E assim chega ao fim mais um caloroso encontro semanal entre o José Maria Finório e aqueles que, semana após semana, têm paciência para ler estas análises analisadoras e incrustantes. Volto para a semana, ou não!

 

E agora…

 

Gambuzino ao saco, Gambuzino ao saco…