«O partido da classe operária e de todos os trabalhadores»

  A concelhia de Odivelas do Partido Comunista Português assinalou no passado domingo, 09 de março, o 93º aniversário do seu partido com um almoço que teve lugar no salão azul do Parque Urbano do Silvado e que contou com a participação de cerca de centena e meia de militantes, simpatizantes e amigos do PCP. Entre os presentes encontravam-se os vereadores da CDU na Câmara Municipal de Odivelas, Maria da Luz Nogueira e Rui Francisco; o líder da bancada da CDU na Assembleia Municipal de Odivelas, Armindo Fernandes e vários autarcas da CDU na AMO e nas assembleias de freguesia do concelho.

Ricardo Costa, o novo responsável do PCP no concelho, que substituiu Deolinda Santos, chamada a outras tarefas no seu partido, proferiu uma intervenção referiu alguns factos da história do PCO e a situação política quer o país vive.

«A fundação do PCP a 06 de Março de 1921 é consequência de uma necessidade histórica da sociedade portuguesa, é resultado do desenvolvimento aquela época da evolução do movimento operário português, e da expressão nacional dos acontecimentos do movimento operário a nível mundial na época da liquidação do sistema capitalista e da transição revolucionária para o socialismo.

É a partir da realidade concreta sentida pelo movimento operário na altura, de ter um partido onde os seus problemas e os seus anseios se transformassem em força viva de transformação da sociedade e das suas vidas que nasce o nosso Partido.

Tal como hoje, este partido, assume a luta em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo e de um desenvolvimento de um País soberano».

Para o orador «O PCP foi sempre e será sempre o partido que com base na sua raiz, a classe operária e todos os trabalhadores, será a força viva e combativa, o motor de transformação da história, da construção de uma sociedade diferente, em que a distribuição da riqueza e a valorização do trabalho e dos trabalhadores será a prioridade para o desenvolvimento do Pais, de uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais solidaria.

Fomos capazes de nas mais duras condições defender o nosso ideal, criado o PCP, muito pouco tempo depois chegou a noite escura, implantou-se o fascismo, começou a repressão sobre todos aqueles que lutavam e pensavam num mundo melhor.

Mesmo nestas condições organizamo-nos fomos capazes de colocar a nossa voz bem alto, de contrariar aquilo que pareia ser impossível contrariar nunca baixamos os braços, fomos à luta porque sabíamos que era certo o nosso ideal e que mais cedo que tarde conseguiríamos concretizar os nossos objectivos.

Foi difícil, foram muitos homens e mulheres que na clandestinidade concretizaram a difícil tarefa de manter a chama acesa, foi uma luta de 48 anos, com muita dor e sofrimento, com muita tortura e prisão, a que o fascismo nos submeteu, mas com a coragem a determinação a abnegação de muitos camaradas vencemos, na madrugada de esperança que transformou Portugal num País melhor»

Ricardo Costa sublinhou que o 93º aniversário do PCP é celebrado no ano em que se comemora o 40º aniversário da Revolução de Abril de 1974 «Esse momento alto de progresso revolucionário conseguido no nosso país, onde o PCP, com os trabalhadores, o povo e os militares de Abril teve um papel insubstituível na sua realização e defesa, significa afirmar a necessidade da ruptura com esta politica e a derrota deste Governo, significa afirmar as conquistas históricas de Abril, dos avanços revolucionários conseguidos e a defesa dos seus valores como alternativa politica ao rumo de desastre nacional a que a política de direita e os governos que a praticaram nos conduziram, como mais uma vez está à vista com a acção do actual governo».

O líder do PCP em Odivelas considerou que «Defender a constituição portuguesa e os seus princípios é defender os valores de Abril tão duramente conquistados e defendidos, é defender os avanços que conseguimos, bem sabemos que a destruição da constituição é um dos objectivos do capital e dos seus governos, ela contém o que de melhor conseguimos no Progresso que Abril nos trouxe, e que por muito forte que hoje seja a ofensiva contra os direitos nela contidos, muita também tem sido a luta que temos travado para os defender».

Aquilo que considerou a destruição das conquistas de Abril também passou pelo discurso de Ricardo Costa. «Abril trouxe nos coisas tao bonitas, a reforma agraria, o desenvolvimento da produção nacional, a melhoria das condições de vida do Povo, a educação para todos, a saúde universal e gratuita, o trabalho com direitos e o direito ao trabalho, a protecção social, estas e outras conquistas de Abril, ainda incomodam tanto aqueles que hoje as tentam a todo o custo destruir, são 37 anos de uma ofensiva dos sucessivos governos PS/PSD/CDS juntos ou separados, que tem procurado destruir este avanço histórico que o povo português com o seu partido foi capaz de construir no processo revolucionário que se seguiu a Abril».

Mas, para o orador «Bem podem continuar a tentar que encontrarão sempre a resistência deste partido, dos homens, Mulheres e jovens que o compõem, da luta que concretizam para defender os valores de Abril e a sua afirmação como valores essenciais na construção de um País melhor.

O Pais encontra-se sob o jugo de uma agressiva e brutal ofensiva concretizada pela política de direita. Os seus executores a troika nacional PSD/PS/CDS juntamente com a troika estrangeira tem conduzido o País a um estado de recessão e regressão politica, económica, social, cultural».

O PCP com a campanha “Derrotar o governo Recuperar salários e direitos Roubados”, «Procura levar para a rua, para o povo e os trabalhadores o esclarecimento e a alternativa ao rumo a que esta politica tem conduzido o País. A alteração do rumo em que o País está, só se pode concretizar na base de uma política diferente, uma política que veja nos recursos nacionais, nos trabalhadores, nos jovens, o potencial que existe, e que esse potencial seja usado ao serviço de todos e do País e não ao serviço do grande capital, dos grupos monopolistas. A Produção da riqueza no nosso país tem que servir para a melhoria das condições de vida do povo Português e não para encher os bolsos de umas dezenas de grandes capitalistas que usurpam diariamente a força de trabalho dos que produzem» disse também.

O dirigente comunista afirmou ser urgente combater esta realidade e que para isso é preciso um PCP mais forte e mais interventivo em todos os planos: «A concretização da acção de contacto com os membros do Partido, explorando todas as possibilidades que esta acção nos coloca, em que o objectivo não é apenas a actualização dos dados ou a entrega do novo cartão a cada camarada, mas também o aprofundamento da participação de cada um, a elevação da militância, o reforço geral do Partido é tarefa que temos que desenvolve, para isso é preciso que em cada organização se planifique esta acção.

As eleições para o Parlamento Europeu de 25 de Maio. Estamos perante mais umas eleições, saímos reforçados das últimas autárquicas, e sairemos reforçados certamente destas eleições também, para isso é fundamental levar as propostas da CDU a cada empresa e local de trabalho, a cada freguesia, a cada bairro, esclarecendo, mobilizando para o voto e para o combate a esta política. Afirmando o nosso posicionamento relativamente ao papel da UE, sem a desligar da situação nacional e da sua influência a partir das decisões tomadas no parlamento europeu em conjugação com os governos ao serviço do grande capital».

Ricardo Costa sublinhou também que «É preciso dinamizar a luta de massas, apontando o caminho para a derrota deste governo e desta política, pela marcação de eleições legislativas antecipadas que permitam ao povo português decidir do seu futuro, dinamizando a acção reivindicativa em cada empresa e local de trabalho, intervindo em torno dos problemas concretos sentidos pela população de Odivelas e das suas freguesias. Encontrando a forma de com a população construir a solução para os problemas.

Confiando no nosso partido, o Partido Comunista Português, com a sua história, identidade e força, a construção de uma sociedade diferente será conseguida, lutamos e construímos passo a passo, etapa a etapa afirmando a democracia avançada, os valores de Abril no futuro de Portugal como elemento essencial para a defesa e desenvolvimento dos direitos, liberdades e garantias do Povo Português, para a construção de uma nova sociedade, construção que com o envolvimento da classe operária e de todos os trabalhadores nos levará ao objectivo supremo por que lutamos uma sociedade sem explorados nem exploradores, o socialismo e o Comunismo»  .

 

 

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