X Concurso de Fado Amador da Cidade de Odivelas Redação 22 May, 2014 Actualidade, Odivelas Interrompido no último mandado autárquico o Concurso de Fado Amador da Cidade de Odivelas regressou este ano para contentamento de todos os amantes do fado e saudosos deste evento que foi sempre um dos maiores acontecimentos anuais do concelho de Odivelas. A eliminatória realizada no sábado, 17 de maio, apurou os seis finalistas que no dia 07 de junho vão ao Pavilhão Municipal de Odivelas cantar para vencer. Ao contrário das edições anteriores o Pavilhão Polivalente não encheu completamente, embora estivesse razoavelmente composto. A não realização do evento nos últimos anos e alguns problemas no funcionamento da Escola de Fado da Junta de Freguesia de Odivelas, já superados, levaram a que menos pessoas fossem assistir a esta eliminatória mas a organização espera que para a final o concurso regresse aos seus tempos áureos e o Pavilhão Municipal de Odivelas volte a ser pequeno para receber todos os espetadores. No início da eliminatória, apresentada por Jaime Ferreira de Carvalho, a vogal da Cultura da Junta de Freguesia de Odivelas, Vanessa Porto, agradeceu a todos os participantes nesta edição do concurso e a todos os presentes no pavilhão, pela sua participação desejando que esta edição sirva para relançar em força este evento. A autarca sublinhou a importância e o empenhamento dos trabalhadores da autarquia na realização do evento. Jaime Ferreira de Carvalho, antes de partir para a apresentação dos concorrentes, lembrou duas pessoas já falecidas, pelo seu papel ao longo dos anos neste concurso: o apresentador Virgílio Pereira e monitor da escola João Ramos, a quem os presentes dispensaram um caloroso aplauso. Todos os fadistas foram acompanhados por António Jorge, na guitarra portuguesa e Tiago Finns na viola de fado. Cada concorrente cantou dois fados, o primeiro, “para aquecer a voz” e o segundo para o concurso e a pontuação. Nuno Pico seria o primeiro a cantar. Por motivo de doença não pode comparecer à eliminatória. Assim, o primeiro a subir ao palco foi Carlos Carriço que cantou Ai se os meus olhos falassem e O Amor é Louco. Há apenas três semanas na Escola de Fado é também recente a sua paixão pelo fado que começou ao ouvir a Rádio Amália. Tem cantado para os amigos no futebol e é a primeira vez que participa num espetáculo. Seguiu-se Maria de Lurdes Alves para cantar Os Búzios e Estranha Forma de Vida. Está na Escola de Fado quase desde o início, ou seja há perto de 15 anos. Justino Joaquim Coelho cantou dois fados de sua autoria, Estrelas da Minha Vida e Ontem Hoje e Amanhã, sobre a sua namorada, filha e neta. Há cinco anos que faz parte da Escola de Fado. Susana Jorge também faz parte da Escola de Fado e canta fado há cerca de quatro anos. Para aquecer a voz cantou Chuva e para a classificação cantou Lágrima. Joaquim José Rodrigues participou com o fado Anjo de Loures e aqueceu a voz com Montemor é Praça Cheia. É membro da Escola de Fado há cinco anos. Gina Fragoso já foi da Escola de Fado mas tem estado afastada. Com a reorganização promovida pelo novo executivo está na disposição de voltar. Para concorrer cantou Recordar e nada mais. O primeiro fado foi Meu Amor Marinheiro. O concorrente seguinte foi João Jorge Ferreira e com letras de sua autoria recordou Eusébio, o Pantera Negra e Fernando Maurício sendo este último o fado a concurso. Entrou apenas há uma semana para a Escola de Fado e canta apenas há seis meses. Tomou-lhe o gosto e quer continuar. Designa-se por Poeta Sorridente e está quase a concluir o seu livro Os 100 fados não cantados. Maria da Conceição Alves também está na Escola de Fado quase desde o seu início. Cantou Júlia Florista e concorreu com o Fado Loucura. A última concorrente a subir ao palco foi Rita Santos. Diz andar a cantar por ai, onde a vão convidando. Saiu, não por sua vontade, da Escola de Fado, mas afirma que a vida continua. Com a nova direção da escola, a cargo de João Azeitona, quem sabe se o regresso a casa não estará para breve. Ao concurso levou Fado Cravo, cantando ainda Fado Solene. Depois das atuações foi a vez de se saber quem seria apurado para a final, trabalho de coube ao júri escolhido pela autarquia e que foi composto por: Vanessa Porto, vogal da Cultura da Junta de Freguesia de Odivelas e em representação da autarquia; João António, presidente da Assembleia de Freguesia de Odivelas, representando este órgão autárquico da freguesia; Paulo Pinheiro, em representação do vereador da Cultura da Câmara Municipal de Odivelas, Edgar Valles; Luís Nobre, em representação da Rádio Popular FM e Henrique Ribeiro, em representação do semanário regional Odivelas Notícias. Tarefa complicada dada a qualidade dos participantes, mas nem todos podia ser apurados e as escolhas tiveram de ser feitas. O resultado da votação foi o seguinte: Carlos Carriço 34; Maria de Lurdes Alves 37; Justino Coelho 38; Susana Jorge 41; Joaquim Rodrigues 39; Gina Fragoso 44; João Ferreira 30; Maria Conceição Alves 39 e Rita Santos 43. Inicialmente estava prevista a passagem à final de cinco concorrentes. Um empate na votação levou a que o diretor da escola, João Azeitona, propusesse à presidente do júri, Vanessa Porto a passagem de seis concorrentes. Proposta aceite e por isso na final vão estar: Gina Fragoso; Rita Santos; Susana Jorge; Joaquim Rodrigues; Maria Conceição Alves e Justino Coelho. Nuno Gaudêncio, presidente da Junta de Freguesia de Odivelas disse ao Odivelas Notícias que o Concurso de Fado Amador é um marco na vida da cidade e da autarquia e que, por isso, não fazia nenhum sentido deixar de se realizar, tanto mais que a junta tem em funcionamento a sua Escola de Fado que mobiliza ao longo do ano dezenas de fadistas sendo o concurso uma espécie de culminar do ano letivo, embora esteja aberto a fadistas que não façam parte da escola. O autarca disse ainda que tanto ele como a vogal da Cultura, Vanessa Porto, não conseguiram perceber o motivo que levou à tomada de decisão de acabar com este evento que até nem representava um grande investimento económico para a autarquia. Ao retomar o concurso a junta respeitou também a vontade dos funcionários da autarquia, da população e dos fadistas que desejavam o regresso do evento.
