Fundo Municipal de Apoio para Atletas do Concelho

O vereador do Desporto, Paulo César Teixeira, quer criar, ainda este ano, o Fundo Municipal de Apoio aos Atletas de Odivelas que possa ajudar a resolver situações pontuais que os clubes não tenham condições para resolver. As primeiras receitas deste fundo estão previstas no Acordo de Cooperação que foi assinado esta segunda-feira entre a Câmara Municipal de Odivelas e a Associação de Futebol de Lisboa para a realização das Taças de Honra da AFL em Futsal Masculino e Feminino que decorrerão no Pavilhão Multiusos de Odivelas.
O documento foi assinado pelo vereador Paulo César Teixeira, em representação da Câmara Municipal de Odivelas e pelo vice-presidente da Associação de Futebol de Lisboa.
No acordo prevê-se que as eventuais receitas geradas nas provas a realizar neste equipamento municipal revertam a favor do Fundo Municipal de Apoio para Atletas do Concelho.
Para perceber melhor o que é este fundo o Odivelas Notícias conversou, em entrevista exclusiva, com o vereador.

Ajudar a concretizar sonhos e a superar dificuldades

Odivelas Notícias: O que é o Fundo Municipal de Apoio aos Atletas do Concelho?
Paulo César Teixeira: Neste momento é um desafio que queremos concretizar já há algum tempo porque detetamos que existem diferentes tipos de clubes e diferentes problemas dentro dos próprios clubes.
Existem clubes que têm um modelo empresarial que é financiado pelos pais dos atletas, o que é legitimo e a Câmara de Odivelas aplaude e apoia, como é do conhecimento público, com a cedência de tempos nos pavilhões e trabalho logístico, mas também existem outros clubes que trabalham de forma diferente num trabalho mais solidário e mais social e o financiamento do clube é assegurado pelos donativos e pela boa vontade dos pais (alguns podem pagar e fazem-no) e esses clubes vivem com alguma dificuldade.
Existem nos clubes meninos que não têm dinheiro para comprar botas ou equipamentos e acho que o papel de apoio não deve estar atribuído aos clubes mas sim à Câmara Municipal de Odivelas que deve procurar, através dos seus programas de apoio, equilibrar estas funções e deve procurar, naquilo que eu acho que são as suas obrigações sociais, apoiar estes atletas que estão identificados pelos clubes.
Este fundo é uma ideia que se começa a concretizar e na última reunião do executivo municipal se registaram vários contributos nesse sentido, por parte da oposição. É importante que nós possamos construir um documento com o qual toda a gente se identifique e eu acho que o projeto tem condições para seu autofinanciado. O orçamento municipal deve apoiar aquilo que é estruturante e vital no âmbito da transversalidade dos programas e de todos os clubes e estas situações em particular devem ter em conta a responsabilidade social das empresas e de provas como estas da Associação de Futebol de Lisboa, que devem ser o suficiente para apoiar este fundo que será de emergência, para situações que serão pontuais. O nosso objetivo é resolver alguns problemas com este fundo.
Há atletas, por exemplo, que apesar de terem dinheiro para treinar não conseguem, por exemplo, ir aso Jogos Olímpicos, por não terem financiamento. Lembro-me do Boxe do Casal do Privilégio que é um projeto que devemos acarinhar e que tem um atleta com condições de poder participar nos Jogos Olímpicos mas que não tem dinheiro para ir às provas. Este fundo pode ajudar a colmatar este tipo de situações.

ON: O regulamento do fundo ainda não existe. Não se sabe como vai funcionar.
PCT: De facto esse regulamento ainda não existe e a receita destas provas vai entrar para a Câmara Municipal de Odivelas com o compromisso de que assim que estar regulamentado esta verba poder ser alocada.
Como é do conhecimento público, no âmbito da legislação que regula as autarquias locais não é possível cativar ou alocar verbas desta forma. Tem de haver um projeto, um regulamento nesse sentido. Nesta fase, em que ainda nada disso existe, nós quisemos levantar este véu, esta ponta do trabalho que estamos a tentar fazer concretizar.

ON: Para além da receita destas Taças da AFL há já outras situações, na perspetiva do vereador, que possam contribuir para este fundo?
PCT: Temos feito vários contactos junto de empresas e eu acho que há condições nessa área para poder financiar o fundo, quer nas empresas do concelho quer em outras empresas, em termos de mecenato. Acreditamos que o fundo pode ser patrocinado por alguma das grandes marcas nacionais ou por vários pequenos contributos do tecido empresarial e comercial do próprio concelho que nunca se negou a colaborar em nenhuma iniciativa da câmara desde que ela tenha méritos como eu acho que esta tem. Como já disse o fundo tem condições para ser autofinanciado quer através do tecido económico local ou nacional, como deste tipo de provas que têm uma dimensão nacional ou internacional.

ON: Quando é que o vereador prevê ter o fundo concretizado?
PCT: Quero ter o fundo concretizado até ao fim do ano. Isso para mim é um desafio que é muito importante. O ideal seria concretizá-lo até ao final de setembro porque a época desportiva começa agora mas não é possível. Não vale a pena comprometer-me com um prazo que não conseguirei cumprir mas até ao fim de dezembro conseguiremos com certeza por o fundo a trabalhar. Estamos numa fase experimental, vamos ter de perceber qual é a melhor forma de ele funcionar.

 

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O vereador Paulo César no uso da palavra

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